Transmissão ao vivo é sempre uma dificuldade. Transmissão esportiva não é diferente. E na velocidade do rádio, a coisa fica pior ainda. É aí que aparecem pérolas como estas que vocês vão ver a seguir:
É gol?
A rádio Cultura é uma das mais ouvidas em Santos e também uma das mais folclóricas equipes de esportes da Baixada. Um belo dia, lá pelos idos da década de 90, Edson Callegaris narrava uma partida do Peixe com a rapidez peculiar dos narradores de futebol. Ele, aliás, é um bom narrador:
"E lá vai o Santos para o campo de ataque. Bola para a direita com Sérgio Santos. Ele ganha na corrida do adversário e cruza... maaaal...."
Um instante de silêncio e o narrador volta: "Golaço??? Goooooooooollllll sabe de quem?" E a vinheta: "Santos, Santos". "Séééééééérrrrgio Sannnnntos"
Pois bem, após ver o cruzamento bizonho do improvisado lateral santista (ele era volante), Callegaris abaixou para ler os comerciais. Só se deu conta de que a bola havia entrado (talvez nem o goleiro adversário acreditara no chute) quando o comentarista Vitor Moram começou a gritar "Golaço, golaço" no seu ouvido. Aí, a gafe já havia acontecido, não dava para salvar muita coisa.
Ó raios
Esta aconteceu no Parque Antarctica, num jogo debaixo de muita chuva. Paulo Soares (Na versão que me contaram, era ele o narrador. Se não for, alguém me avise) narrava a partida quando foi interrompido pelo barulho e a luz de um raio que havia caído atrás de um dos gols do Palestra. Aí já viu:
"Caiu um raio atrás do gol do Palmeiras. O detalhe, Alex Miller"
Do outro lado, só um chiado: Shhhhhhhhhh
"O detalhe do raio, Alex Miller", insistiu o narrador.
Shhhhhhhh
"Alô Alex Miller, o detalhe do raio", impacientou-se.
Shhhhhhhh
"Tem um repórter caído atrás do gol. Ih, é o Alex Miller", desesperou-se o narrador.
O raio havia caído em um dos pára-raios, mas veio para o campo por meio do fio do microfone do repórter que foi nocauteado. Nada aconteceu com ele.
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