As dores na região do púbis forçaram a aposentadoria de Vanderlei Cordeiro de Lima, mas a São Silvestre 2008 não será a última corrida da vida do paranaense. Dono de uma forma física invejável para seus 40 anos, o atleta promete seguir competindo como amador e inclusive garante participação em edições futuras da tradicional corrida pelas ruas de São Paulo.
"A partir do dia 1º de janeiro, eu serei um amador. E espero competir ainda mais umas 50 São Silvestres", comentou o medalhista de bronze da maratona olímpica em Atenas-2004. "Minha vida é a corrida e não vou conseguir ficar longe deste meio", reconhece o ex-bóia fria.
De volta às competições depois de passar quase 2008 inteiro parado por conta de uma pubalgia (inflamação do púbis), Vanderlei não almeja pódio em sua despedida. "O objetivo é ir até o final. O importante é viver a São Silvestre", destaca o competidor, que promete interação com o público, além de fazer o tradicional "aviãozinho" ao completar o percurso de 15km.
Longe de suas melhores condições, Cordeiro planeja cada quilômetro em uma média de 3min30s, culminando assim em um tempo final de cerca de 53 minutos. Porém, reconhece que será difícil controlar a ansiedade.
"Apesar de ser a minha despedida até parece que será a minha primeira vez na São Silvestre. A ansiedade toma conta de todos", admite Vanderlei, que, por outro lado, não teme ser prejudicado por isso. "A tensão acaba tirando a concentração, mas como não estou buscando performance, acaba sendo tranqüilo", acredita.
Questionado se está preparado para ficar longe das competições, um problema recorrente entre atletas aposentados, Vanderlei prefere esperar. "Só vou poder dizer isso depois do próximo ano. Vamos deixar acontecer", despista o corredor, que também se mostrou indeciso quanto ao momento mais marcante de sua carreira, exceto o famigerado ataque oriundo do fanático religioso Cornelius Horan em Atenas. "Cada prova tem a sua história", alega.
|