As camisas de Corinthians e Palmeiras estavam nas arquibancadas. Os cantos das torcidas organizadas desses clubes também puderam ser ouvidos no Pacaembu nesta quinta-feira, mas o perfil dos pouco mais de três mil torcedores que foram ao estádio para assistir a abertura do Torneio Internacional Cidade de São Paulo de futebol feminino, na qual a seleção brasileira goleou a Itália por 5 a 1, nada tinha a ver com aquele que lotou o mesmo estádio no domingo para ver o pentacampeonato do Corinthians.
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Corintianos já com saudade do estádio, famílias estreantes num jogo de futebol, estudantes curtindo o primeiro dia de férias e uma torcida organizada pouco usual deram a tônica aos brasileiros que viram Dinamarca e Chile jogarem a preliminar e o jogo principal entre Brasil e Itália que deram início ao torneio que está na sua terceira edição.
"Eu gosto do Pacaembu. Por isso vim. Não é o Corinthians, mas é bom ver a Marta jogar", disse o corintiano Pedro Toledo, de 16 anos, que foi ao estádio com a faixa do título corintiano. "Fui a quase todos os jogos aqui nesse ano. É bem diferente hoje, não tem Gaviões, não tem canto. O pessoal vem mais é para assistir mesmo sem compromisso", disse o torcedor que mora em Higienópolis e pagou R$ 10 (meia-entrada) para assistir ao jogo da numerada, algo impossível num jogo do Campeonato Brasileiro.
Nas arquibancadas onde geralmente ficam os "Gaviões", uma torcida diferente fez barulho. A "Brigada Verde e Amarela", primeira torcida organizada da seleção brasileira se destacou. Com um discurso de amor à pátria acima dos clubes, Robson Moreira, corretor de imóveis de 30 anos, ex-integrante da Dragões da Real, do São Paulo, se juntou a outros 30 torcedores que julgam ser necessário que o brasileiro aprenda a torcer antes do início da Copa do Mundo.
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