Os vários anos de experiência fazem Luiz Felipe Scolari ter muitas histórias para contar. Nesta sexta-feira, ele deu uma palestra para alunos da faculdade FAAP, em São Paulo, e divertiu a plateia. O técnico contou, por exemplo, que já usou da malandragem para se dar bem no futebol e que roubou a namorada de seu amigo. Hoje ela é sua esposa.
O encontro com alunos do curso de Administração tinha como tema ‘Gestão de Equipes e Liderança’, mas chamou mais atenção pelos vários casos de sua vida e carreira no futebol.
Felipão disse que ainda jovem em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, tinha um grande amigo de time que se mudou de cidade. Mal sabia ele que estava dando o pontapé inicial para um relacionamento que já dura mais 40 anos, sendo sete anos de namoro e 34 de casamento.
Mas o atual técnico do Palmeiras garante que não perdeu a amizade. "Eu era amigo do namorado da minha atual esposa. Ele saiu da cidade e pediu para que eu cuidasse dela. Estou cuidando até hoje. Continuamos grandes amigos, era uma amizade pura, sincera. Só não deixava ele olhar muito para ela", disse.
Felipão também tem boas histórias ao lembrar de sua carreira internacional como técnico. Sua primeira experiência fora do país foi no Al-Shabab, da Arábia Saudita, onde trabalhou na temporada 1984-1985.
Ainda em início de carreira, o comandante renomado encontrou várias dificuldades, principalmente pela língua e pela deficiência técnica dos jogadores. Seu maior desafio foi se desvencilhar de um goleiro.
O arqueiro era baixinho e pesava cerca de 105 kg. Ele havia sido alertado até por Paulo César Carpegiani, que comandava o Al Nassr na época. O atual técnico do São Paulo disse que de cada dez bolas chutadas no gol, oito entrariam. O problema é que o goleiro era amigo do príncipe e não podia sair do time.
Felipão decidiu utilizar um método um pouco inusitado para sacá-lo. Pediu para seu auxiliar Murtosa acertar todas as bolas no jogador ao invés de buscar os cantos para fazer o gol durante os treinamentos. O goleiro ficou todo machucado e pediu para sair do time.
"Às vezes você usa uma estratégia que não é correta, mas salva a sua vida", brincou, arrancando risadas.
O técnico também teve que tirar as dúvidas dos alunos. Ficou em situação difícil ao ser perguntado se outros países adotam políticas semelhantes às da CBF. "Às vezes quem fala de coração é mal interpretado. Não quero falar", resumiu, mais uma vez com bom humor.
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