Michel Platini nasceu em Joeuf, cidade que recebeu a influência alemã, cuja fronteira fica a 100km. Seus avós eram italianos do norte, emigrados logo após a Primeira Grande Guerra Mundial. Por essa mistura é que só poderia resultar um francês em cujas veias corre o vulcânico sangue italiano e cuja cabeça é às vezes conturbada por uma germânica obsessão pelo respeito as leis naturais. Seguramente, Platini não foi o ídolo que a França reverenciou em Raymond Kopa em outra geração. Em compensação, possui um espirito inquieto que o torna invejado por todos, cativos da rotina de uma vida sem surpresas.
Seus primeiros anos no profissionalismo foi no Nancy, clube que defendeu de 1972 a 1979. Depois se transferiu par o Saint-Etienne onde ganhou seu único titulo nacional em 1981. Platini era um brilhante estrategista de armação de jogo. Desses que, com um toque, colocava o companheiro na cara do gol ou criavam espaços até então inexistentes.
Num jogo da seleção francesa contra os italianos que rompeu um tabú de 62 anos sem vitórias, Platini fez uma exibição excepcional. Os jornais da Europa o elevaram ao nível dos grandes astros de todos os tempos. Naquela noite inesquecível, ele fez tudo que tinha direito; passe curtos, lançamentos, cabeçadas, cobranças de falta, dribles. Disso tudo produziu-se um reabilitador 2x0 e uma unânime constatação da empolgada imprensa francesa. Ele deixava de ser o pequeno príncipe e ascendia à categoria de rei dos reis. Naquela noite, Boniperti ex atleta e diretor da Juventus de Turim, estava no Parc des Princes. Platini aceitou o convite de Boniperti e, em avião fretado, embarcaram para Turim. Bastaram três horas de negociações para o contrato ser assinado. Para o craque francês, o futebol sempre foi grande paixão.
|