Elenco da Ferroviaria de 1977: entre outros a Ferrinha tinha Ferroviária de Sérgio Bergantin, Mauro Pastor, Sérgio Miranda, Paulão, Carlos, Zé Rubens, Wilson Carrasco, Washington, Carlinhos Cai- Cai, Galdino e do presidente Augusto Cardillo (1977)

Em uma situação bastante desconfortável no Paulistão de 1977, a Ferroviária teve que lutar até as ultimas rodadas para se livrar do incomodo do rebaixamento.
Historicamente conhecida como uma das grandes forças do futebol do interior de São Paulo, a torcida e a diretoria da Ferroviária não admitiam sobe nenhuma hipótese a possibilidade da equipe deixar a elite do futebol de São Paulo.
Em 1977, o primeiro técnico da Ferrinha foi Vail Mota, mas este logo se transferiu para o Marilia (onde Carlos Beronha logo iria jogar).
Para substituí-lo a diretoria Grená efetivou Bazzani, que não conseguiu nenhuma reação frente à equipe, e pagando um alto preço para os padrões da época, a solução foi trazer Aimoré Moreira.
Estreando frente à Portuguesa Santista, com Bazzani sentado ao seu lado no banco de suplentes, Aymoré Moreira viu a Ferrinha empatar com a Lusinha Santista em pleno Ulrico Mursa em 1 a 1, com gols de Rossis, aos 19 minutos da primeira etapa e Joel Barsaglin, aos 20 minutos do segundo tempo.
O confronto seguinte foi no sábado, 19/03/1977, na Fonte Luminosa, com empate sem gols contra o Marilia de Vail Mota.
O aliviou veio no clássico Bota-Ferro.
O Botafogo, que na época era dirigido por Jorge Vieira, estava invicto no campeonato, com Aguillera, Wilson Campos, Nei, Manoel e Mineiro; Mario, Lorico e Sócrates; Zé Mario, Arlindo e João Carlos Motoca, mas a Fonte recebeu mais de dez mil torcedores para empurrar a Ferrinha e permanecer na primeira divisão.
Logo no inicio da partida, a Ferroviária ficou com um homem a menos porque Zé Rubens fora expulso por reclamação.
Aymoré sacou o ponta Ângelo e colocou Wilson Carrasco (que também jogou na Portuguesa e no Sport de Recife), fechando o meio e atacando pelas laterais.
Aos 40 minutos do primeiro tempo, Wilson Carrasco sofreu pênalti, a Fonte Luminosa explodiu de emoção, mas logo se calou de pavor, o clima era tenso.
O indicado para bater o pênalti foi Carlos Beronha, que chutou forte e de forma indefensável para o goleiro botafoguense.
Na segunda etapa, Wilson Carrasco, que estava infernal ampliou o marcador para 2 a 0, e a tranqüilidade reinou até os 28 minutos da segunda etapa, quando Sócrates assinalou um gol e o jogo ficou 2 a 1.
Daí pra frente, entrou em ação a zaga da Ferrinha, comandada por Carlos Beronha, que segurou o resultado e a permanência na elite do Futebol Paulista.
Até hoje Beronha é querido em Araraquara por isso e por muito mais que fez para a gloriosa Ferroviária.