Um artista. Um driblador. Um feiticeiro de nome francês, sobrenome polonês e estilo de jogo sul-americano: Pierre Littbarski, a grande revelação do futebol alemão em 1981. Nascido em Berlim Ocidental no dia 16 de abril de 1960, trocou um razoável futuro como fiscal de imposto de renda pelas incertezas do futebol profissional. Um olheiro do Colônia o viu jogando numa equipe amadora da cidade e ofereceu três milhões de cruzeiros pelo seu passe. Aos 18 anos, Littbarski abandonou Berlim e os estudos, mas fez questão de levar a namorada para Renânia.
Passados três anos tudo mudou, a começar pelo casamento apadrinhado pelo goleiro Schumacher. O Colônia lhe deu uma casa confortável e seu salário lhe dava condições de viver com tranqüilidade, além dos contratos de publicidade. Sua maior qualidade era a de driblador. Littbarski é um dos poucos jogadores do mundo que conseguia correr com a bola protegida entre os pés, sem adiantá-la. Além disso era muito veloz e driblava dos dois lados. Seu fraco reside justamente nessa facilidade de driblar, na sua tendência sul-americana de exagerar nas jogadas individuais. Mas, graças a insistência do treinador do Colônia, ele percebeu que o drible somente deve ser usado em favor do conjunto, jamais como recurso espetaculoso.
Foi um jogador acima da média e a frente do seu tempo. |