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05/02/2010 - Lembra dele? Catanoce jogou no América, Corinthians e treinou o B.E.C.

Por Edwellington Villa


Na foto da capa, Catanoce mostra a faixa de acesso com o XV de Jaú


N foto da matéria o Corinthinas com o time que perdeu de 2 a 1 para o Grêmio, no Morumbi, domingo, dia 28 de setembro de 1986, pelo Campeonato Brasileiro. De pé, a partir da esquerda: Ciro (massagista), Saulo (auxiliar), Casagrande, Catanoce, Edmar, Biro Biro, João Paulo e Carlos; agachados, na mesma ordem: Edivaldo, Jacenir, Edson, Wilson Mano e Luís Pereira




Era uma segunda-feira, dia 1º de setembro de 1986. O Campeonato Paulista acabara 14 dias antes e vários clubes grandes brigavam pela contratação do volante Paulo Cezar Catanoce, a maior revelação do América naquela temporada. Palmeiras, Santos, Guarani e Ponte Preta estavam na parada, mas quem levou a melhor foi o Corinthians, que pagou Cz$ 1,6 milhão. A direção do Alvinegro deu uma entrada de Cz$ 400 mil e mais quatro parcelas mensais de Cz$ 300 mil, além de ceder o centroavante Ricardo por empréstimo de um ano (janeiro a dezembro de 1987). Catanoce entrou na sala do presidente do América, Benedito Teixeira, o Birigüi, logo após o almoço e só saiu ao anoitecer, com a concretização do negócio, que se arrastava há 10 dias. Em princípio, Birigüi pedia Cz$ 2,5 milhões, depois baixou para Cz$ 2 milhões. O Corinthians iniciou a transação oferecendo Cz$ 1,3 milhão, mas concordou em elevar a proposta para fechar o acordo.

O assédio de várias agremiações se justificava pelo bom desempenho do meio-campista no Paulistão. Com um potente chute de perna direita, mesmo jogando como volante, Catanoce fez cinco gols, deixando sua marca nos empates de 1 a 1 contra Mogi Mirim e São Paulo, e nas vitórias de 1 a 0 sobre o Palmeiras, 3 a 0 diante do São Bento e de 2 a 1 contra o Juventus, dia 17 de agosto de 1986, na rua Javari, na última rodada da competição e na despedida dele pelo América. Aliás, nos 3 a 0 contra o São Bento, Catanoce abriu o placar aos 16 segundos do segundo tempo."Tínhamos uma jogada ensaiada na saída de bola em que o Roberto (zagueiro) lançava o Izael (ponta-direita) nas costas da zaga adversária", diz. "A defesa do São Bento tirou para o meio e eu peguei de primeira, de longe", descreve, exibindo uma gravação em fita cassete com o gol narrado pelo locutor esportivo Hitler Fett, que completou 48 anos de carreira na terça-feira passada.

Depois das despedidas de praxe dos amigos do Rubro, Catanoce apresentou-se na quarta-feira, 3 de setembro, ao técnico Jorge Vieira, no Corinthians. A estréia dele aconteceu na goleada de 6 a 0 sobre o Sergipe, dia 14/9/1986, pela 5ª rodada do Grupo B do Campeonato Brasileiro, ao substituir Wilson Mano. No Timão, Catanoce jogou entre setembro de 1986 e janeiro de 1988. A despedida no Alvinegro foi no empate de 1 a 1 com a Caldense, em Poços de Caldas, em amistoso realizado dia 24/1/1988. Pelo Corinthians disputou 29 jogos, com 13 vitórias, 11 empates, cinco derrotas e nenhum gol marcado.

Chegou ao América no início dos anos 80
Nascido em Onda Verde, no dia 8 de novembro de 1964, Paulo Cezar Catanoce começou a carreira em times amadores da região. No final de 1980, defendeu o Granadense, de Nova Granada, contra o juvenil do América, numa preliminar no estádio Mário Alves Mendonça. "Perdemos de 3 a 1, mas após o jogo o Pedro Favarine e o Jacintho Angelone me chamaram para jogar pelo América", recorda. Defendeu o Vermelhinho no Paulista Juvenil e em setembro de 1981, o técnico João Leal Neto o convidou para treinar entre os profissionais. Estreou no time de cima na vitória de 3 a 1 sobre o Paranavaí, em amistoso disputado no Paraná, justamente no dia em que completou 17 anos. Os gols foram marcados por Marinho, Ricardo e Mazzola. No ano seguinte, ajudou o júnior do América a ficar entre os quatro melhores do estadual da categoria. Eram dois grupos e o Rubro perdeu a final do Grupo B para a Ponte Preta: 2 a 1 para a Macaca, em Campinas, e 1 a 1, no estádio Mário Alves Mendonça.

A equipe americana era treinada por Jacintho Angelone e formava com Moacir; Márcio, Cardoso, Caetano e Égio; Catanoce, Vagner Palamin e Zé Roberto; Val, Ronaldo Arcanjo e Maurinho (Toninho). Na decisão do Grupo A, o Palmeiras goleou o Santos por 4 a 2, na Vila Belmiro. Posteriormente, a Ponte foi campeã diante do Palmeiras. A estréia oficial de Catanoce no time principal do América ocorreu no sábado, dia 4 de dezembro de 1982, no empate sem gols com a Portuguesa, no Canindé, na última rodada do Paulistão. O Rubro terminou o campeonato em 14º lugar, com 34 pontos. Convocado pelos técnicos Oswaldo Brandão e Cabralzinho para defender o Estado de São Paulo, ele foi vice-campeão do Brasileiro de Seleções de 1983. "Na final, perdemos do Paraná." Ainda esteve na Seleção Pré-Olímpica, junto com o goleiro Valô, e ainda Taffarel, Dunga, Mauro Galvão, entre outros. "Eu e o Valô fomos cortados após um torneio no Chile." Após duas temporadas (83/84) integrando o elenco americano, firmou-se como titular da equipe em 1985. Arrebentou e acabou vendido ao Corinthians. Na seqüência, foi convocado pelo técnico Jair Pereira para defender a Seleção Brasileira de Novos. Depois de 16 meses no Alvinegro, Catanoce entrou como moeda de troca na negociação com o centroavante Ronaldo Marques, do Noroeste. Começou a peregrinar por vários clubes. Teve uma pequena passagem pelo Rio Preto e atuou ainda no Santo André, Santa Cruz, Operário, São Bento, Bandeirante de Birigüi, Goiatuba e Garça, onde pendurou a chuteira em 1998.

Como treinador
Quando parou de jogar, Catanoce recebeu o convite de Luisinho "Cai-Cai", cartola do Marília, para ser o treinador, na Copa São Paulo de Futebol Júnior, do Flamengo de Guarulhos, clube que na época tinha parceria com o MAC. Foi o ponto de partida para abraçar a nova carreira. Disciplinador e autêntico, ele já comandou Bandeirante de Birigüi, Barretos, Taubaté, Vocem de Assis, Lençoense, Jaboticabal, Linense, Rio Preto, Taquaritinga, XV de Piracicaba, Botafogo de Ribeirão Preto, Rio Claro e Monte Azul
"São 12 anos como treinador e me orgulho de nunca ter sido expulso." Em 2005, Catanoce subiu o XV de Piracicaba do A-3 para o A-2.
Formado em Educação Física e Motricidade Humana pela Unorp de Rio Preto, ele é casado com Elenir Saraguza Sperandio e pai de Giovani, de 6 anos. A família mora no Jardim Vivendas, em Rio Preto.


Fichas técnicas


América 1 x 0 Palmeiras


América
Barbiroto; Cardoso, Orlando Fumaça, Roberto Fonseca e Babá; Paulo Cezar Catanoce, Amado e Toninho; Izael (Vagner Palamin), Luis Fernando Gaúcho e Vilmar. Técnico: Urubatão Calvo Nunes.


Palmeiras
Leão; Diogo, Márcio, Amarildo e Paulo Roberto; Paulinho, Mendonça e Carlos Alberto Borges (Ditinho); Barbosa, Reinaldo Xavier (Hélio) e Edu Manga. Técnico: Vicente Arenari.

Gol: Paulo Cezar Catanoce aos 24 minutos do segundo tempo.
Árbitro: José Luís Guidotti.
Renda: Cr$ 56.630.000,00.
Público: 5.567 pagantes.
Local: estádio Mário Alves Mendonça, em Rio Preto, sábado, dia 5 de outubro de 1985, pelo segundo turno do Campeonato Paulista.

América 1 x 1 São Paulo


América
Roberto Costa; Nena, Orlando Fumaça, Ademilson e Marcos Vinicius; Paulo Cezar Catanoce, Serrano e Toninho; Izael, César (Luis Fernando Gaúcho) e Emo (Eugênio). Técnico: João Avelino.


São Paulo
Gilmar; Zé Teodoro, Wagner, Ronaldão e Nelsinho; Márcio Araújo. Pianelli e Pita; Manu (Bernardo), Marcelo e Capone. Técnico: Cilinho.

Gols: Paulo Cezar Catanoce (pênalti) aos 44 minutos do primeiro tempo e Pita (pênalti) aos 13 minutos do segundo tempo.
Árbitro: Ulisses Tavares da Silva Filho.
Renda: Cz$ 176,5 mil.
Público: 8.611 pagantes.
Local: estádio Mário Alves Mendonça, em Rio Preto, quarta-feira, dia 28 de maio de 1986, pelo segundo turno do Campeonato Paulista.

Portuguesa 0 x 0 América


Portuguesa
Everton; Alves, Estevam Soares, Cláudio e Odirley; João Batista, Humberto e Pita (Ralph); Toquinho, Caio Cambalhota (Beca) e Djalma Bahia. Técnico: Zé Duarte.


América
Valô; Márcio (Lacerda), Ademilson, Jorge Lima e Daniel; Paulo Cezar Catanoce, Paulinho Jaú e Rotta; Marinho, Rubão e Mazzola. Técnico: Wilson Francisco Alves.

Árbitro: José Luís Guidotti.
Renda: Cr$ 493,8 mil.
Público: 1.230 pagantes e 194 menores.
Local: Canindé, em São Paulo, sábado, dia 4 de dezembro de 1982, pela última rodada do Paulistão, na estréia de Catanoce no time principal do América em jogo oficial

Juventus 1 x 2 América


Juventus
Barbiroto; Chiquinho, Paulo Roberto, Nenê e Jairo; Sérgio, Rui e Gatãozinho; Claudinei, Reinaldo (Betinho) e Claudinho. Técnico: não obtido.


América
Roberto Costa; César, Orlando Fumaça, Roberto Fonseca e Daniel; Paulo Cezar Catanoce, Ademilson e Serrano; Izael, Luis Fernando Gaúcho (Dito Siqueira) e Emo (Nena). Técnico: Benê Ramos (interino).

Gols: Orlando Fumaça (contra) aos 29 e Catanoce (pênalti) aos 41 minutos do primeiro tempo. Luis Fernando Gaúcho aos 9 minutos do segundo tempo.
Árbitro: Ulisses Tavares da Silva Filho.
Renda: Cz$ 20.960,00.
Público: 1.048 pagantes e 436 menores.
Local: rua Javari, em São Paulo, domingo, 17 de agosto de 1986, pela última rodada do Paulistão, na despedida de Catanoce do América.

Corinthians 6 x 0 Sergipe


Corinthians
Carlos; César,Luís Pereira (Jatobá), Edivaldo e Jacenir; Wilson Mano (Paulo Cezar Catanoce), Biro Biro e Cristóvão; Cacau, Casagrande e Eduardo Amorim. Técnico: Jorge Vieira.


Sergipe
Pompéia; Toninho, Amadeu, Missinho e Edson Soares; Rivaldo, Baianinho (Nininho) e Paulinho (Zé Raimundo); Evilásio, Beijoca e Carlos Alberto. Técnico: Fito Neves.

Gols: Casagrande aos 6, Biro Biro aos 16 e Cristóvão aos 41 minutos do 1º tempo. Casagrande aos 23 (pênalti) e aos 26, e Cacau aos 44 minutos do 2º tempo.
Árbitro: Valquir Pimentel (RJ).
Renda: Cz$ 368.410,00.
Público: 16.994 pagantes.
Local: Pacaembu, em São Paulo, domingo, dia 14 de setembro de 1986, pela primeira fase do Campeonato Brasileiro, na estréia de Catanoce no Corinthians.


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