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22/01/2010 - Edson, o primeiro goleiro a tomar um gol do Biro Biro com a camisa do Timão

Por: Edwellington Villa, São Jose do Rio Preto
Na foto da capa, Edson no Rio Preto: Depois de brilhar no América e de defender o Grêmio Catanduvense, Edson acertou com o Rio Preto, onde permaneceu duas temporadas e foi protegido pelo zagueiro Ronaldão, que depois atuou no São Paulo e na Seleção Brasileira. De pé, a partir da esquerda: Nilo, Luiz Vieira, Wilson Lopes, Edson, Ronaldão e Edinho; agachados: Rogério, Gilson, Paraná, Léo Araújo e Toninho



Na foto da matéria Edson no Uberaba que foi o último clube da carreira de Edson, que pendurou a chuteira em 1987, aos 31 anos. Em pé, a partir da esquerda: Beto Fuscão, Zé Maria, Edson, Marcinho, Tim e Odair; agachados: Jussiê, Givaldo, Paulinho, Celso Sá e Cabrinha




O América disputou apenas duas edições da elite do Campeonato Brasileiro. A primeira ocorreu em 1978, após superar Noroeste e XV de Piracicaba no Torneio Seletivo Paulista, e a segunda foi em 1980, quando saiu da Taça de Prata e entrou no mata-mata da Taça de Ouro, sendo eliminado pelo Grêmio. No seu "debut" na competição nacional, o Vermelhinho contou com a segurança e a determinação do goleiro Edson, na época com 21 anos e recém-promovido do time juvenil. No Seletivo, Edson era o 3º goleiro. Luiz Antônio "Totó" jogava e Zolini, vindo do Atlético-MG, era o reserva. Após o torneio, Zolini foi devolvido ao clube mineiro e Totó ficou sem contrato. Era a chance que Edson aguardava. Teve bom desempenho nos seis amistosos preparatórios para o Brasileirão. Apesar da contratação de Mário Sérgio, destaque da Segunda Divisão pelo Sãocarlense e que era mais experiente, o técnico Orlando Peçanha escalou Edson. E o novato não decepcionou. Estreou na goleada de 3 a 0 contra o Flamengo, do Piauí. Depois, o América ganhou de 2 a 1 do Sampaio Corrêa-MA. Duas derrotas no Nordeste (2 a 0 para o Ceará e por 1 a 0 para o Moto Clube-MA) foram suficientes para a diretoria pressionar Peçanha a colocar Mário Sérgio ou Leonetti.

O treinador foi teimoso e manteve Edson contra o São Paulo, que veio com a pompa de campeão brasileiro de 1977. O ponta-direita Pedrinho abriu o placar para o América no começo do jogo e o goleiro se incumbiu do resto. Fechou o gol e saiu de campo como herói. "Podia ficar jogando uma semana que a bola não entraria", afirma. No vestiário, Peçanha o agradeceu: "Você garantiu meu emprego", disse. Apesar da juventude, Edson fez ótimas atuações e firmou-se como titular durante toda a competição. Ganhou moral e continuou no clube até o final de 1979, quando transferiu-se para o Grêmio Esportivo Catanduvense, levado pelo diretor Laurindo Faragutti. Porém, o técnico Dalmo Gaspar o deixou na reserva de Barbiroto, que havia sido contratado junto ao São Paulo. Posteriormente, acertou com o Rio Preto, onde ficou duas temporadas. Em 1985, foi um dos destaques no empate de 2 a 2 com o América, em amistoso realizado no estádio Mário Alves Mendonça. As duas equipes não se enfrentavam havia 12 anos. Ainda jogou no Uberaba em 1987, junto com o zagueiro Beto Fuscão, que atuou alguns anos no Palmeiras. "Fiquei sete meses sem receber", recorda, sem saudade. Ele tinha proposta do Mirassol e de outros clubes para a temporada seguinte, mas decidiu pendurar a chuteira.

Sofreu o primeiro gol de Biro Biro

Além de atuações fantásticas, Edson teve sua carreira marcada ao sofrer o primeiro gol de Biro Biro com a camisa do Corinthians. Recém-contratado junto ao Sport Recife, o meia ainda estava procurando seu espaço no Timão, quando fez o tento da vitória por 1 a 0 contra o América, em jogo disputado dia 21 de setembro de 1978, no Pacaembu, pelo 1º turno do Paulistão. Durante sua trajetória no futebol, Edson praticou defesas notáveis, mas duas não saem da sua memória. Uma ocorreu dia 1º de junho de 1978, na derrota de 1 a 0 para o Palmeiras, no Pacaembu, pela 2ª fase do Brasileirão. Numa falta cobrada pelo lateral-esquerdo Pedrinho, ele esticou-se todo e conseguiu mandar para escanteio. A outra foi numa finalização do ponta-esquerda João Paulo, na vitória americana por 1 a 0 diante do Santos, no Mário Alves Mendonça, pelo Paulistão. "Nos dois lances, pulei pra cumprir tabela, mas tive sorte e consegui relar a ponta do dedo na bola e evitar os gols", lembra Edson Aparecido Vigna Pinheiro, que nasceu em Rinópolis, no dia 16 de agosto de 1956.

Os pais dele, Silvio e Maria, mudaram-se para São Paulo à procura de uma vida melhor. Edson começou a jogar no time dente-de-leite do Fiat Lux, comandado pelo técnico Oreste Novelli. Depois, atuou no Juventus, da Vila Miriam, e na Sociedade Esportiva e Recreativa Vila Anastácia (Serva). Ficou treinando quase um ano no São Paulo. Jogando um amistoso pela Serva contra o juvenil do Corinthians, chamou a atenção do técnico Rato. Fez teste na Fazendinha, onde treinou durante seis meses. Indicado pelo zagueiro Jurandir, foi parar no Nacional, onde disputou o Paulista Juvenil de 1972. O irmão mais velho Leivinha, que atuou como centroavante em várias equipes da região e, na época, estava no amador do América, o trouxe para jogar no time da Vila Santa Cruz. Em 1975, após um amistoso em Mirassol, o diretor Pedro Favarini recomendou a contratação dele. O técnico Urubatão Calvo Nunes o levou para treinar entre os profissionais e foi lançado na equipe principal por Orlando Peçanha. "Devo muito ao Benedicto Ambrózio, que me deu muito apoio no início." Ele foi campeão amador de Rio Preto pela Matinha e pelo Palestra. Jogou ainda na Dicarne e no Praia Clube. Edson, que mora no bairro Higienópolis com a mulher Marli e a filha Amanda, trabalha como técnico de radiologia desde setembro de 1987, quando pendurou a chuteira (ou a luva). O xodó é o neto Guilherme, filho de seu primogênito, Andrei.



FICHAS TÉCNICAS



América 1 x 0 São Paulo


América
Edson; Luiz Barros, Nelson Prandi, Zico e Paulo Roberto; João Luiz Bolinha, Serginho Índio e Wilson Luiz; Pedrinho, Arlem e Cândido. Técnico: Orlando Peçanha.


São Paulo
Toinho; Osmar (Tecão), Estevam, Bezerra e Antenor; Chicão, Neca e Dario Pereyra; Edu Bala (Zequinha), Mirandinha e Zé Sérgio. Técnico: Rubens Minelli.

Gol: Pedrinho aos 2 minutos do primeiro tempo.
Juiz: José Roberto Wright.
Expulsão: Chicão.
Renda: Cr$ 542.060,00.
Público: 16.773 pagantes.
Local: estádio Mário Alves Mendonça, em Rio Preto, dia 12 de abril de 1978, pela primeira fase do Brasileirão, quando Edson garantiu a vitória americana.


Corinthians 1 x 0 América


Corinthians
Jairo; Cláudio Mineiro; Mauro
(Luís Cláudio), Amaral e Wladimir; Wagner, Biro Biro
e Sócrates; Píter, Rui Rei e Romeu. Técnico: José Teixeira.


América
Edson; Paulo César Mineiro, Moraes, Zico e Fernando; João Luiz Bolinha (Sommer), Beline e Marcelo; Pedrinho, Arlem (Wilson Luiz) e Heleno.
Técnico: Barbatana.

Gol: Biro Biro aos 35 minutos do segundo tempo. Juiz: Oscar Scolfaro.
Renda: Cr$ 864.310,00.
Público: 28.260 pagantes.
Local: Pacaembu, em São Paulo, dia 21 de setembro de 1978, pelo primeiro turno do Paulistão, no primeiro gol de Biro Biro pelo Corinthians, marcado justamente no goleiro Edson.



XV de Piracicaba 0 x 0 Grêmio Catanduvense


XV de Piracicaba
Marcos; Alan, Aílton Luís, China e Alcir; Vadinho, Zezinho e Rogério; Tarugo (Osiel), Brandão e Gilberto. Técnico: não divulgado pelos jornais da época.


Grêmio Catanduvense
Edson; Tércio, Fernando Paolilo, Nelsinho e Pombinha; Roberto Oliveira, Brecha e Edmilson; Galego (Torres), Orciano e Itamar. Técnico: Vail Mota.

Juiz: Antônio de Pádua Salles.
Renda: Cr$ 447.950,00.
Público: 4.128 pagantes.
Local: estádio Barão de Serra Negra, em Piracicaba, dia 16 de agosto de 1981, pela 9ª rodada do Grupo Norte da Divisão Intermediária, quando Edson defendia o Grêmio Esportivo Catanduvense.


América 2 x 2 Rio Preto


América
Barbiroto; Brasinha, Orlando Fumaça, Roberto Fonseca e Cardoso (Babá); Paulo Cézar Catanoce, Amado e Toninho; Fernando Gaúcho, Roberto Biônico (Dreifus) e Mané.
Técnico: Urubatão Calvo Nunes.



Rio Preto
Edson; Nilo, Edinho, Ronaldão e Gléber (Wilson Lopes); Roberto Neri (Angelo), Candinho e Léo Araújo; Júnior (Marquinhos), Gilson e Toninho (Mitsuo). Técnico: Valter Zaparolli.

Gols: Gilson aos 18, Amado aos 33 e Léo Araújo aos 35 minutos do 1º tempo. Mané aos 15 minutos do 2º tempo.
Juiz: Rubens Vera Fuzaro.
Expulsão: Nilo.
Renda: entrada gratuita.
Público: 12 mil pessoas.
Local: estádio Mário Alves Mendonça, em Rio Preto, dia 7 de setembro de 1985, quando Edson já estava no Rio Preto.








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