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31/12/2009 - Lembra dele? Marcelo foi revelado pelo América e que subiu com o CAT em 82

Na foto da capa, Marcelo nos dias atuais guarda com carinho uma camisa do América da época em que jogava. Ele trabalha como vigilante bancário, tem quatro filhos e mora no bairro Dom Lafayete, em Rio Preto


Na foto da matéria o time do Taquaritinga Campeão da 2ª Divisão de 1982 e que subiu para o Paulistão. De pé: Orlando Bianchini (técnico), Nelson, João Luís, Cidão, Cássio, Gelson, João Carlos, João Marcos, André, Nilton (preparador de goleiros) e José Luís Pati (fisicultor); sentados: Tatinho, Marcelo, Toninho, Braguinha, Roberlei, Nascimento, Vagner, Vicente, Nenê e o massagista José


Meia-esquerda habilidoso, que fazia lançamentos primorosos para os atacantes, cobrava faltas com perfeição e chamava a responsabilidade, cadenciando o ritmo do jogo quando o placar já era favorável e o adversário pressionava. Estas eram as principais características de Marcelino Pacífico Peres Pinhel, uma das maiores revelações do América na década de 1970. Marcelo começou a mostrar seu talento entre garotos na escolinha de futebol do Palestra, dirigida por Roberto Chueiri. Aos 12 anos de idade dividia seu tempo entre treinos e jogos da equipe com o trabalho de ofice-boy nas Casas Regente. Em 1973, aos 15 anos, recebeu convite do técnico Francisco Rosati para treinar no dente de leite do América. Ainda franzino e no meio de garotos com mais idade, ajudou o Vermelhinho a conquistar o título do Juvenil do Interior, em 1974. Foi crescendo e aprendendo nas categorias de base do clube. Disputou duas edições da Taça São Paulo de Futebol Júnior (sub-20) em 1977 e 1978.

Após a competição na Capital foi promovido pelo técnico Orlando Peçanha e passou a treinar com os profissionais durante a Taça de Ouro (Brasileirão) de 1978. Chegou a ficar no banco em alguns jogos do Paulistão no segundo semestre, já sob a batuta de Barbatana. Como estava arrebentando nos treinos, o comandante decidiu escalá-lo desde o início da partida contra o Corinthians, no Pacaembu, dia 21 de setembro de 1978, pelo primeiro turno do Estadual. O Timão, do técnico José Teixeira, contava com Sócrates, Biro Biro, Romeu Cambalhota, Rui Rei, Wladimir, Amaral, o goleiro Jairo, entre outros. O América perdeu de 1 a 0, gol de Biro Biro, aos 35 minutos do segundo tempo. Para não queimá-lo diante da torcida, Barbatana procurava colocá-lo como titular nos duelos fora de casa contra os grandes. Também atuou na derrota de 1 a 0 para o São Paulo, no Morumbi, dia 5 de outubro, gol do centroavante Milton.

Estava começando a engrenar no time até sofrer uma contusão no joelho na derrota de 2 a 1 para o Palmeiras, no Parque Antártica, no dia 10 de fevereiro de 1979, ainda pelo Paulistão de 1978. Naquela época, o calendário do futebol brasileiro era uma bagunça. Quando ele saiu, o jogo estava 1 a 1. Marcelo se recuperou da lesão e firmou-se na equipe a partir do Paulistão de 1979. O Rubro tinha Gerson Andreoti, Paulo Luciano, Cléo e Serginho Índio para o meio-campo. Mesmo novato, Marcelo sempre era escalado pelo técnico Wilson Francisco Alves, o Capão. Um duelo inesquecível para ele foi a vitória de 2 a 0 sobre o Santos, no estádio Mário Alves Mendonça, no dia 8 de julho de 1979. Foi a primeira partida no Interior dos ‘Meninos da Vila’, que haviam conquistado o título paulista do ano anterior. A equipe santista formava com Pita, Nilton Batata, Juari, João Paulo, entre outros.

Com toques geniais e lançamentos milimétricos, Marcelo colaborou para que Luis Fernando Gaúcho terminasse na artilharia do Estadual, com 21 gols, cinco a mais que Rubens Feijão, do Santos. Naquela competição, o Rubro obteve 16 vitórias, 16 empates e sofreu 11 derrotas. Marcou 42 gols e levou 33. O armador também disputou a Taça de Ouro e o Paulistão de 1980 pelo América. Ficou na Vila Santa Cruz até o início de 1981, participando da Taça de Prata (equivalente hoje ao Brasileiro da Série B). Uma das suas últimas partidas foi a derrota de 2 a 1 para o Palmeiras, no Palestra Itália, em 11 de janeiro de 1981.

Subiu de divisão no CAT e Mirassol
Depois de sete anos dedicados ao América - incluindo as categorias de base e o profissional -, Marcelo acabou emprestado no início de 1981 para o Fernandópolis, integrante da Segunda Divisão (atual Série A-2). "Recebi um convite do Wilson Luiz (Bocão) e fui pra lá." O Fefecê montou uma filial do América e, além de Marcelo, levou por empréstimo o zagueiro Mauro e o volante Beline. Wilson Luiz e o meia Beto Rocha já estavam no clube da região, comandado pelo técnico José Carlos Fescina. No segundo semestre de 1981, Marcelo trocou o Fernandópolis pelo Noroeste, a convite do técnico Luis Carlos de Oliveira, o Bolão. "Cheguei na segunda fase do Paulistão e machuquei o joelho esquerdo contra a Portuguesa. Fiquei 40 dias parado", diz. "O Noroeste já estava numa situação ruim no campeonato e acabamos rebaixados."

Em 1982, Marcelo deu a volta por cima ao ajudar o Taquaritinga a ser campeão da Segunda Divisão (A-2). O quadrangular final foi disputado por Bragantino, Mogi Mirim, Araçatuba e o CAT, que se enfrentaram em dois turnos no Parque Antártica, em São Paulo. "Foi a primeira vez que o Taquaritinga subiu para o Paulistão", recorda. Marcelo diz que não recebeu um centavo pelo acesso. "Nem faixa de campeão." Ainda vinculado ao América, o armador foi emprestado ao Noroeste em 1983. "Chegamos às finais da Segundona, mas não subimos", descreve. Em 1984 disputou a Segunda Divisão pelo Rio Preto, que era dirigido por Wilson Francisco Alves. No ano seguinte foi vice-campeão da Terceira Divisão com o Mirassol e subiu para a Segundona. O Leão ganhou o triangular final do Interior, que reuniu ainda Oeste de Itápolis e Tupã, mas perdeu a decisão do título para o Grêmio Mauaense, vencedor do grupo da Grande São Paulo.

Em 1986, Marcelo esteve no Tupã e no Penapolense, mas acabou assinando contrato com o Brasil, de Buritama, integrante da Terceirona e orientado por Mané Mesquita, um de seus treinadores nas categorias de base do América. "Comecei a trabalhar no escritório da loja de eletrodomésticos do Tarraf e nem treinava. Só ia lá aos domingos para jogar", informa o ex-meia. Decepcionado com o futebol, Marcelo parou de jogar e dedicou-se ao emprego. Ficou no Grupo Tarraf até 1994. A empresa fechou e dois anos depois ele fez curso de vigilante bancário, sua profissão até hoje. Nascido em Rio Preto no dia 15 de janeiro de 1958, Marcelo é casado com Gisele Cristina desde 1995. Pai de Tatiane, Patrícia, João Vitor e Gabriel, ele mora no bairro Dom Lafayete e ainda joga futebol com os amigos da Igreja do Evangelho Quadrangular.

FICHAS TÉCNICAS:




AMÉRICA - 1
Edson; Paulinho (Luiz Barros), Sommer, Mauro e Ademir Gomes; Zico, Tadeu e Marcelo; Arlen, Iaúca (Heleno) e Silvinho. Técnico: Barbatana.


SÃO PAULO - 1
Valdir Peres; Getúlio, Marião, Bezerra e Osmar; Tecão, Muricy Ramalho (Vilson Tadei) e Dario Pereyra; Edu (Valtinho), Milton e Zé Sérgio. Técnico: Rubens Minelli.

Gols: Marcelo aos 5 e Milton aos 41 minutos do primeiro tempo. Árbitro: Romualdo Arpi Filho. Renda: Cr$ 370.410,00. Público: 11.262 pagantes. Local: estádio Mário Alves Mendonça, em Rio Preto, dia 18 de fevereiro de 1979, pelo Paulistão de 1978.
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AMÉRICA - 2
Luís Fernando Calori; Berto, Mauro, Jorge Lima e Ademir Gomes; Serginho Índio, Paulo Luciano (Arlen) e Marcelo; Marinho, Luis Fernando Gaúcho (Gerson Andreoti) e Cândido. Técnico: Wilson Francisco Alves.


SANTOS - 0
País; Nelsinho Baptista, Joãozinho, Antônio Carlos e Gilberto; Zé Carlos (Célio), Toninho Vieira e Claudinho (Rubens Feijão); Nilton Batata, Juari e João Paulo. Técnico: Formiga.

Gols: Serginho Índio aos 3 e Luis Fernando Gaúcho aos 14 minutos do segundo tempo. Árbitro: João Leopoldo Ayeta. Renda: Cr$ 994.880,00. Público: 19.123 pagantes. Local: estádio Mário Alves Mendonça, em Rio Preto, dia 8 de julho de 1979, pelo 1º turno do Paulistão.





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