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22/12/2009 - Bate papo com Carlos Alberto Torres; o eterno capitão

Ser capitão da Seleção de 1970 não é nada. Carlos Alberto ainda era jovem quando levantou o troféu da Copa do Mundo, a terceira consecutiva ganhada pelo Brasil, o que o permitiu guardar definitivamente o símbolo desta conquista. Homem discreto, ele continua sendo uma lenda no Brasil.

- Você marcou um gol esplendido na final da Copa de 1970. Você pensava, na época, que seu gol ficaria na história?

- Não, não imaginava de forma alguma. Eu estava realmente feliz de ter marcado este gol e eu não pensava naquela ação. Depois da Copa, eu senti que este gol teve uma grande importância. Ainda hoje o gol é mostrado na televisão do mundo inteiro.

- O que você sentiu durante naquela ação?

- Aquele foi o melhor momento de minha carreira, um dos melhores da história do futebol mundial. Foi um momento formidável porque além de ter sido eu que o marquei, eu sabia que este gol era decisivo para que o Brasil ganhasse o título de campeão do mundo.

« Sabíamos que estavamos prontos »

- Sobre a final, que lembranças você tem? Você tinha medo de perder este jogo depois do gol italiano?

- Não, a gente não tinha medo de perder o jogo depois daquele gol. Estávamos realmente prontos para jogar esta Copa do Mundo, ao contrário do que aconteceu em 1966 na Inglaterra onde fomos surpresos pelo "football power", os duelos físicos impostos pelos times europeus. A gente sabia que para o Mundial mexicano seria necessário nos prepararmos melhor fisicamente. A preparação durou 3 semanas no Brasil, onde insistimos na parte física. Quando chegamos no México, sabíamos que estávamos prontos. Tínhamos a condição ideal para jogar aquela Copa e vencer, ou pelo menos para chegar na final. Frente a adversários mais fracos, tínhamos a certeza que podíamos fazer a diferença tecnicamente sem estarmos 100% preparados fisicamente.

- Você era capitão do time de 1970. Isso representava uma pressão ou uma fonte de energia e de motivação dentro de campo?

- Foi uma honra pra mim ter sido capitão deste time. Eu era, na época, o capitão do FC Santos, time considerado como o melhor do mundo. Eu acho que este fator foi determinante no momento de me escolher. Sou muito orgulhoso por ter sido escolhido para atuar como capitão da Seleção campeã do mundo, apesar do fato de que eu era naquela época o mais jovem da equipe. Ainda hoje, é uma lembrança fantástica para mim.

"Se eu tivesse que fazer novamente uma escolha, eu jogaria na Europa."

- Após esta experiência, você jogou no Estados-Unidos. Você sonhava realmente em colaborar na implementação do futebol por lá ou o peso maior em sua decisão foi o aspecto financeiro?

- Eu acho que ajudei, que levei minha pequena contribuição ao desenvolvimento do futebol nos Estados Unidos. Antes de mim, Pelé foi o grande precursor, seguido por Beckenbauer. Eu cheguei mais tarde, juntamente com outros jogadores internacionais. Fiquei muito feliz em ter colaborado com o desenvolvimento do soccer nos Estados-Unidos.

- Se você tivesse que escolher um novo país hoje, qual você escolheria?

- Na época em que saí do Brasil, não tinham tantos brasileiros que viajavam para a Europa. Tudo era muito limitado. Hoje o futebol europeu é o centro do futebol mundial. Se eu tivesse que fazer novamente uma escolha, eu jogaria na Europa.

- Você jogou durante 13 anos na Seleção mas você participou só de uma Copa, em 1970. Por que você não foi selecionado para a Copa de 1966 na Inglaterra, e em 1974 na Alemanha?

- Eu fui chamado em 1966 para a copa inglesa. Tinha apenas 19 anos e no momento de confirmar a lista, o Feola decidiu convocar jogadores de maior experiência, como o Djalma Santos e o Fidelis. Em 1968, voltei para a Seleção como capitão, aos 24 anos. Em 1974, eu estava no grupo mas me machuquei antes do Mundial e infelizmente não participei. Mas é claro que eu poderia ter disputado as 3 Copas do Mundo.


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