Um dos treinadores mais vitoriosos do interior paulista, Luiz Carlos Martins foi um volante habilidoso, criativo e com espírito de liderança dentro de campo, que defendeu oito clubes durante sua curta carreira, encerrada precocemente, aos 29 anos de idade. Tudo começou em 1972, quando foi aprovado numa peneira do Noroeste pelo técnico do juvenil, Lourenço Fonseca, o Duca. Logo estava vinculado ao time aspirante, dirigido pelo treinador Luís Carlos de Oliveira, o Bolão, e que foi campeão amador regional. Não demorou para surgir o interesse do Vasco da Gama em sua contratação. Em abril de 1974, dirigentes noroestinos acertaram o empréstimo dele ao clube carioca, onde passou a ser chamado de Luiz Carlos 2º para não ser confundido com o goleiro Luiz Carlos, que já estava em São Januário. Teve o privilégio de atuar com Roberto Dinamite e outros craques que começavam a despontar para o futebol brasileiro. "Fiz boas partidas pelo juvenil e o Mário Travaglini (treinador da equipe principal) recomendou a minha contratação", recorda.
Depois que cartolas do Vasco compraram o seu passe junto ao Noroeste, ele passou a ser convocado para o time profissional e fez parte da campanha do título da Taça Guanabara (equivalente ao primeiro turno do Campeonato Carioca) de 1976. Entretanto, pouco tempo depois, Mário Travaglini foi demitido e Luiz Carlos perdeu espaço. Decidiu retornar ao Noroeste, integrando a equipe principal, do técnico Wilson Francisco Alves, o Capão, durante o Paulistão de 1977. Depois de duas temporadas na Locomotiva começou a rodar por outras agremiações. Defendeu Novorizontino, Paulista de Jundiaí, Nacional da Capital, Ginásio Pinhalense, Matsubara do Paraná e Atlético Guaçuano, onde ficou quatro anos e decidiu pendurar a chuteira, seduzido pelo convite do vice-prefeito Ademir Falseti, que também era diretor do clube, para assumir o cargo de treinador. E o seu primeiro desafio na nova função não foi nada fácil. "Assumi no quadrangular da morte, que rebaixava dois times da Segunda para a Terceira Divisão", lembra. "Evitamos a queda e foi o ponto de partida para a minha carreira como técnico", destaca.
Como treinador, Luiz Carlos soma 10 conquistas
Se a trajetória de Luiz Carlos Martins como jogador não teve tanto brilho, como treinador ele é reconhecido em todo território nacional após acumular 10 títulos e tornar-se um dos mais vitoriosos, principalmente nas divisões de acesso. São 21 anos de carreira e muitas façanhas para contar. Depois de evitar o rebaixamento do Atlético Guaçuano para a Terceirona do futebol paulista, ele foi contratado pelo Rio Branco de Andradas, subindo da Segunda para a Primeira Divisão de Minas Gerais. Sob seu comando, a equipe ficou três anos na elite das alterosas. Em 1992, foi campeão da Série I da Segunda Divisão paulista com o Guaçuano, galgando a Divisão Intermediária (atual A-3). Na última rodada, o time de Mogi Guaçu empatou com o Iracemapolense em 1 a 1. Pegou gosto pelas faixas e faturou mais um título em 1993, levando o Paraguaçuense da Intermediária para o Paulistinha (atual A-2).
Levou o Noroeste da Série A-3 para o A-2 de 1995. Também participou de duas promoções da Matonense. Subindo da Série B1-A (Quarta Divisão) para o A-3 de 1995 e do A-3 para o A-2 do ano seguinte. Sob a batuta de Luiz Carlos Martins, o Barbarense foi vice-campeão do A-3 de 1997 e o América de Natal-RN subiu da Série C para a Série B do Brasileiro, em 2005. Luiz Carlos criou identificação com o Mirassol, onde já trabalhou cinco temporadas e conseguiu dois acessos. Em 2004, comandou o Leão da Araraquarense na ascensão do A-3 para o A-2 (foi vice-campeão) e no ano passado conquistou o inédito acesso ao Paulistão. Ele também trabalhou no Marília, Portuguesa, São Caetano, Oeste de Itápolis, Joinville, Atlético Sorocaba, Bahia, Santo André, Vila Nova-GO e Remo, e foi foi auxiliar técnico de Oswaldo Alvarez, o Vadão, no Corinthians. Nascido em Cafelândia no dia 22 de agosto de 1955, Luiz Carlos Martins casou-se em 1982 com Rosimeire Mesquita e tem os filhos André Luis - formado em Educação Física e jogador de futebol que já atuou no Mirassol, Catanduvense e está acertando com o Penapolense -, Vanessa (formada em Fisioterapia) e a caçula Aline, de três anos. |