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08/10/2009 - Mal chegaram e ja se foram; relembre aqui alguns destes casos

Alguns jogadores têm em seus currículos passagens breves por alguns clubes - tão fugazes que, depois de algum tempo, muita gente nem se lembra que eles estiveram lá.

Inspirada em um levantamento semelhante da SkySports, foi elaborada uma lista com dez histórias de jogadores brasileiros que foram embora sem esquentar lugar - houve até jogador que foi apresentado e foi embora antes de entrar em campo.

Conhece mais casos do tipo? Então use o espaço de comentários para relembrar!

1) Renato Gaúcho no São Paulo
Era fevereiro de 1997. Vivendo o último ano de sua carreira, o atacante ainda estava no Fluminense. Entretanto, Renato sofria com lesões insistentes, que o deixavam de fora do time das Laranjeiras por meses - fora como jogador, já que treinara o time nas últimas rodadas do Brasileiro de 1996. Além disso, havia o aspecto financeiro: Renato pedia R$ 1,2 milhão da diretoria do Tricolor Carioca, para saldar os salários atrasados.

Foi quando surgiu outro Tricolor na história: o Paulista. Aproveitando o impasse entre Renato e Fluminense, o São Paulo aproveitou parceria estabelecida com a Federação Paulista de Futebol para fazer uma proposta. O jogador receberia salário de R$ 80 mil, sendo R$ 30 mil pagos pelo clube, e o resto pela entidade que comanda o futebol bandeirante. E o São Paulo apresentou Renato Gaúcho, que posou segurando a camisa do clube. Mas não quis vesti-la, por ainda negociar com o Flu.

E, no meio do mês, o São Paulo acertou o dia 18 para que Renato viesse fazer os exames médicos. Pois o clube paulista ficou esperando: o Fluminense correu para acertar a dívida que tinha, e Renato ficou nas Laranjeiras - até o meio do ano, quando foi para o Flamengo. Mais uma vez, o futebol paulista pôde apenas sentir o cheiro de um possível reforço. Que ficou apenas na possibilidade.

2) Sócrates na Ponte Preta
Sem conseguir adaptar-se à Itália, em sua passagem pela Fiorentina, o meio-campista já pensava seriamente em voltar ao Brasil, em 1985, um ano após transferir-se para a Viola. Os retornos de Zico e Falcão ao futebol brasileiro, também ocorridos naquele ano, só favoreciam o ambiente para a volta. E. aproveitando a chance, a Ponte Preta fez uma proposta para o jogador.

A Luqui, empresa de marketing esportivo comandada pelo narrador Luciano do Valle e pelo empresário José Coelho Leal, o Quico, capitaneou um conjunto de empresas que ajudaria a Macaca, que chegou oferecendo contrato a Sócrates. Interessado na negociação, o "Doutor" veio ao Brasil para negociar - e até estampou capas de revista já com a camisa do time de Campinas.

Porém, ao ver a proposta, Sócrates notou que os valores do contrato eram menores do que os divulgados na sondagem. Confiança irremediavelmente quebrada no consórcio, Sócrates voltou para a Fiorentina, onde passou mais algum tempo antes da volta para o Flamengo, ainda naquele 1985. E a Ponte ficou com o amargo sabor de um reforço que nunca veio.

3) Renato Gaúcho na Roma
A história com o São Paulo não foi a única em que se viu Renato Gaúcho (não) ter uma passagem discretíssima por um clube. No fim de 1987, Renato estava em ótima fase: logo em seu primeiro ano no Flamengo, foi um dos principais jogadores na conquista da Copa União, sendo fundamental em jogos cruciais da campanha flamenguista, como o 3 a 2 sobre o Atlético-MG, nas semifinais, e o empate em 1 a 1 com o Internacional, no jogo de ida da final. A Roma prestou atenção nas performances de Renato. E, no começo de 1988, levou o atacante para a Itália.

No meio da segunda grande onda de brasileiros que se transferiam para a Serie A, Renato parecia uma aposta garantida para ir tão bem quanto Careca já ia, no Napoli. Triste ilusão: sob o comando do ítalo-brasileiro Angelo Sormani, e, depois, do sueco Nils Liedholm, o atacante não conseguiu firmar-se entre os titulares. Com problemas de adaptação, Renato fez apenas 23 jogos, marcando um gol. 1989 começou com ele já de volta ao Flamengo, criticando abertamente o estilo de jogo na Velha Bota.

4) Paulo Nunes no Corinthians
Desta lista, talvez este seja o caso que esteve mais fadado a não dar certo, desde o princípio. Embora ainda sendo considerado bom reforço, Paulo Nunes já tivera passagem melancólica em seu retorno ao Grêmio, em 2000, último clube antes de assinar contrato com a equipe paulista, no início do ano seguinte.

O goiano de Pontalina pareceu condenado desde o princípio não pela falta de talento, já que as lembranças de sua primeira fase no Grêmio e da passagem pelo Palmeiras ainda estavam fortes. Porém, foi exatamente a ampla identificação com o arquirrival corintiano que fez com que seu nome recebesse, desde o começo, forte rejeição da torcida.

Nada adiantava para aproximar Paulo Nunes dos corintianos. Ele elogiava a fidelidade da torcida? Ela ignorava. Sua colaboração no título paulista passou em brancas nuvens. Pior: ao invés de tratá-lo "apenas" com indiferença, a torcida não esquecia das alfinetadas dos tempos de Palmeiras. Um exemplo? Na clássica briga entre Marcelinho, Ricardinho e Luxemburgo, o atacante ficou do lado do meio-campista e do técnico. E ouvia gritos de "Paulo Nunes/Fica quietinho/Quem é você para falar do Marcelinho?"

Em setembro de 2001, apenas sete meses após sua chegada, o atacante não aguentou. Pediu a rescisão de contrato. E demonstrou perfeita noção do motivo pela qual sua passagem estava fadada ao fracasso: "Minha identificação com o Palmeiras é muito forte. Pensei que poderia conseguir superar isso, mas não foi possível."

5) Denílson no Hai Phong
Onze anos após ter sido o jogador mais caro do mundo - alguém se esqueceu dos US$ 35 milhões pagos a ele pelo Real Betis, em 1998? -. Denílson já vinha tendo desempenhos discretos há algum tempo, quando assinou contrato com o Hai Phong, do Vietnã, em junho. Chegou ao país asiático como o mais caro jogador que um clube da V-League contratou na história, tendo o carinho da torcida.

Porém, contundiu-se antes mesmo da partida que seria a de sua estreia, contra o Danang. Queixando-se da falta de explicações públicas, a torcida queimou cadeiras e atirou objetos no gramado. Em 21 de junho, finalmente estreou, marcando gol contra o Gia Lai, numa cobrança de falta, com apenas dois minutos da primeira etapa. Porém, sem mais nem menos, três semanas depois, ainda em junho, anunciou que estava deixando o Hai Phong. Com um gol marcado em... meia partida.

6) Thiago Neves no Hamburg
No meio de 2008, o meio-campista era apontado por muitos como o melhor jogador do Brasil. Tudo graças às ótimas atuações na Copa Libertadores, que o tornaram um dos melhores jogadores na campanha que terminou com o vice-campeonato. E, a despeito da confusão causada pelo pré-contrato assinado com o Palmeiras, ainda em 2007, era com grandes expectativas que Thiago Neves desembarcava no clube alemão. Porém, Thiago Neves já saía passando a impressão de que não era esse seu desejo.

E tal espírito colaborou para que sua passagem fosse um dos fracassos mais fragorosos já visto nos últimos anos. O jogador até começou se adaptando e tentando dar certo nos hanseáticos, mas deixou-se levar pelos problemas de viver num país diferente. Já em suas atuações nos Jogos Olímpicos de Pequim, nada lembrava o meia insinuante dos tempos de Fluminense.

O estranhamento chegou a tal ponto que foi praticamente impossível para o Hamburg não aceitar a oferta do Al-Hilal, da Arábia Saudita. Porém, Thiago Neves ainda fez questão de forçar um empréstimo para o Fluminense. Voltou, não conseguiu relembrar 2008, e saiu timidamente para o clube árabe. Bom exemplo de "passo maior do que a perna".

7) Rivaldo no Cruzeiro
No início de 2004, o Cruzeiro era tido e havido como o melhor time do Brasil. Status obtido com toda a justiça, pelo desempenho histórico de 2003, que trouxera, principalmente, o primeiro título brasileiro, obtido numa campanha próxima do irretocável. Sem espaço no Milan, atropelado pela ascensão vertiginosa de Kaká, Rivaldo foi convencido por Vanderlei Luxemburgo a participar da campanha cruzeirense na Libertadores, que prometia ser, no mínimo, boa.

Pois não foi. Perturbado por problemas pessoais, como a separação da esposa, Rivaldo não conseguiu encontrar o ritmo de jogo que o fizera o melhor jogador do mundo, em 1999. E veio a demissão de Vanderlei Luxemburgo. Sem razões para continuar, já que perdera o principal motivador de sua ida para a Toca da Raposa, o meio-campista alegou fidelidade ao treinador, e rescindiu o contrato com o Cruzeiro, após apenas 50 dias no clube. Restou à Raposa ver uma eliminação trágica na Libertadores: ainda nas oitavas de final, caindo para o Deportivo Cali.

8) Reinaldo no Cruzeiro
Em 1986, o principal jogador da história do Atlético-MG já não estava na melhor fase da carreira. Deixou o Galo, e teve passagens por Palmeiras e pelo amazonense Rio Negro, sem grande sucesso. Foi quando veio a grande surpresa: o atacante assinou contrato justamente com... o Cruzeiro. Sim, o principal rival do Atlético. Mais do que isso, Reinaldo mostrava ansiedade com a estreia pela nova equipe.

E o dia chegou. Em 29 de setembro de 1986, o atacante estreou pelo Cruzeiro, contra o Rio Branco, do Espírito Santo, pela primeira fase do Campeonato Brasileiro. Foi substituído por Hamilton - o mesmo atacante que, aos poucos, tomaria o lugar do veterano na equipe titular. Sem conseguir apagar as lembranças dos tempos atleticanos na torcida que agora tentava alegrar, Reinaldo saiu discretamente da Raposa. Defenderia ainda o Hacken, da Suécia, e o Telstar, da Holanda, antes de sua aposentadoria. E manteve-se incomparavelmente mais lembrado como jogador do Atlético.

9) Andrade na Roma
Ao longo da década de 1980, uma das maiores polêmicas no futebol brasileiro foi uma questão: por que, mesmo jogando tão bem e sendo um dos pilares do meio-campo do Flamengo na década, Andrade raramente era convocado para a Seleção Brasileira? Mais, até: por que tampouco falava-se do meio-campista como um reforço para os clubes europeus, cada vez mais interessados em jogadores brasileiros?

No mesmo 1988 em que experimentou Renato Gaúcho, a Roma decidiu dar a chance que tantos esperavam, levando um já experiente Andrade (31 anos, à época) para o elenco dos Giallorossi. Ao mesmo tempo, o jogador recebia chances mais constantes na Seleção, estando nas convocações de Carlos Alberto Silva. Porém, a história do juizforano na Europa não teve um final feliz.

A não ser pela convocação para a equipe brasileira que conseguiu a prata nas Olímpiadas de Seul, e uma ótima atuação num amistoso contra a Áustria - na vitória por 2 a 0, marcou um belíssimo gol -, Andrade conseguiu ter desempenho ainda mais discreto em terras romanas. Jogou nove partidas, sem marcar nenhum gol. E, em 1989, tal qual Renato Gaúcho, voltou para o Brasil. Só que, ao invés do Flamengo, foi jogar no Vasco. E teve mais sorte, conseguindo pelo clube da Cruz de Malta mais um título brasileiro.

10) Amoroso no São Paulo
No meio de tantas passagens fugazes e de memórias infelizes, a lista contém pelo menos um exemplo de jogador que saiu rápido, mas deixou boas memórias entre os torcedores. Ele ocorreu em 2005: sem Grafite, lesionado no joelho, o São Paulo precisava de um reforço para o ataque, em plena Copa Libertadores da América. E o encontrou em Amoroso, que estava sem clube, após a passagem pelo Málaga.

O ex-jogador do Guarani chegou ao clube paulista antes das semifinais, contra o River Plate. Pareceu estar na equipe de Paulo Autuori há mais tempo, tal a rapidez de sua adaptação, jogando bem nos 2 a 0 do jogo de ida e marcando um dos três gols tricolores, no 3 a 2 da volta. Na final, contra o Atlético-PR, abriu o placar do jogo de volta, iniciando os 4 a 0 que deram o tricampeonato ao São Paulo.

Depois, as boas atuações persistiram - como no 3 a 2 sobre o Corinthians, um dos jogos anulados no Brasileiro, por ter a arbitragem de Edílson Pereira de Carvalho. Nova atuação útil no Mundial de Clubes, ao marcar dois gols contra o Al-Ittihad, na semifinal do torneio que terminou com novo tricampeonato são-paulino. Depois, a discussão sobre o futuro de Amoroso foi inviabilizada pelo desacerto quanto às questões salariais. E o atacante foi para o Milan, deixando a torcida ligeiramente magoada. Porém, Amoroso já fizera o suficiente para marcar sua passagem pelo Morumbi de um modo honroso.







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