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25/09/2009 - Lembra dele? Geraldo, ex meia do Flamengo

Posição: Apoiador

Camisa: 8

Origem: Barão de Cocais (MG)

Nascimento: 16/04/1954

Principais Equipes:
Flamengo (1972 a 1976), Seleção Brasileira (1975 e 1976).

Principais Títulos:
Campeão Estadual (Flamengo-1972 e 1974); Copa Roca e Taça do Atlântico (Brasil-1976).

Outros Prêmios:
Campeão Taça Guanarabara (Flamengo-1972) e do Terceiro Turno do Estadual (Flamengo-1974).




A esmagadora maioria dos mais de 30 milhões de torcedores do Flamengo não sabe quem foi Geraldo Cleofas Dias Alves. Se pelo nome completo fica mais difícil, dizendo apenas Geraldo não facilita muito. Tanto que não há muitos registros sobre ele na Internet. Mas a história poderia ser bem diferente se Geraldo não tivesse morrido de parada cardíaca durante uma cirurgia de extração de amídalas no dia 26 de agosto de 1976, quando tinha apenas 22 anos.

Geraldo era um jogador driblador, que tinha um futebol que podemos chamar de moleque e um controle de bola como poucos. De tão alegre, sempre assoviando pelos cantos, ganhou o apelido de assoviador. Chegou ao Flamengo vindo da cidade de Barão dos Cocais, interior de Minas Gerais, e conheceu Zico na categoria juvenil. Não demorou muito para que os dois se tornassem grandes amigos e companheiros nas baladas, nos tempos em que o Galinho era solteiro. Dentro de campo, o entendimento dos dois também era total. As tabelas saiam com facilidade e os gols eram conseqüência desse entrosamento.

No início da década de 70 já se dizia que, nas divisões de base do Flamengo havia dois grandes talentos promissores: Zico e Geraldo. Mas, enquanto o Galinho seguiu por uma estrada, Geraldo descuidou da saúde e se perdeu por algumas curvas no caminho. Em 1972, Zico era titular na conquista do Estadual, mas seu companheiro ainda amargava a reserva.

Em 1973 a situação melhorou. Geraldo passou a entrar no time em alguns jogos e participou de 18 partidas na temporada. Talento havia de sobra, mas ainda faltava regularidade. Em 1974 ele já jogava como titular, disputou ao todo 59 jogos com o Manto Rubro-Negro, no entanto foi substituído várias vezes. O ano começou bem para ele, que marcou seu primeiro gol como profissional logo no dia 30 de janeiro, num jogo em que o Flamengo venceu o Vila Nova, de Goiás (4 x 0). O primeiro no Maracanã ocorreu no amistoso em que o Flamengo goleou o Corinthians por 5 a 1. Mas Geraldo faria apenas outros dois gols naquele ano em que conquistaria dessa vez jogando seu segundo e último título Estadual pelo Rubro-Negro.

A capacidade técnica de Geraldo já era reconhecida além das fronteiras da Gávea e, em 1975, ele acabou sendo convocado pelo técnico Oswaldo Brandão para integrar a Seleção Brasileira que disputou a Copa América. Atuou como titular nos dois jogos contra o Peru. Pelo Flamengo, jogou 62 vezes e marcou 7 gols naquele ano.

Infelizmente o ano de 1976, quando ele começa a se firmar definitivamente com a camisa do Flamengo e volta a defender a Seleção, torna-se mais curto e fatídico. No início do ano ele é chamado a vestir a amarelinha. Geraldo disputa um jogo contra um combinado do Distrito Federal em fevereiro (1 x 0) e logo depois enfrenta a Argentina (2 x 1) pela Copa Roca e Taça do Atlântico. Voltou a defender a Seleção em maio, ainda por essas duas competições, e o Brasil venceu os argentinos (2 x 0) no Maracanã. Jogou ainda um amistoso contra o Universidad do México e, no dia 9 de junho, teve a oportunidade de atuar no Maracanã ao lado de Zico, sair de campo vitorioso contra o Paraguai (3 x 1) e comemorar o título de campeão. Foi o sétimo e último jogo com a camisa do Brasil.

Geraldo participou de 30 jogos pelo Flamengo em 1976 e marcou três gols. O último foi anotado no dia 14 de agosto, o terceiro na vitória do Flamengo sobre o Olaria, por 3 a 1, no Maracanã, pelo Segundo Turno do Estadual. Luisinho e Toninho fizeram os outros gols.

Sete dias depois de balançar a rede contra o Olaria, Geraldo morreu na mesa de cirurgia ápós choque anafilático que provocou uma parada cardíaca. O time do Flamengo estava todo numa excursão em Fortaleza. No dia anterior havia vencido o Ceará por 2 a 0. Geraldo ficou no Rio exatamente para operar as amídalas. Ao receber a notícia, a delegação do Flamengo caiu em desespero chocada, alguns jogadores passaram mal e a equipe retornou imediatamente ao Rio.



Curiosidades
* Geraldo disputou ao todo 169 jogos como profissional do Flamengo. Marcou 14 gols em quatro anos. Na Seleção, atuou sete vezes e não marcou.

* Tamanha era a capacidade técnica de Geraldo que alguns cronistas da época chegaram a comparar sua habilidade com a bola a de Pelé.

* A amizade de Geraldo com Zico era tão forte que, além de freqüentar constantemente a casa da família Antunes, em Quintino, ele era considerado um filho postiço de Seu Antunes e Dona Matilde. ?É meu filho marronzinho?, costumava dizer o patriarca da família.

* Não era para Geraldo ter feito a cirurgia no dia 26 de agosto. Na verdade, o jogador, que tinha muito medo de ser operado, deveria ter retirado as amídalas no mesmo dia em que Zico corrigiu um desvio de septo. Mas Geraldo não apareceu no dia e apenas Zico fez a cirurgia na data prevista.

* Zico participou de dois amistosos em memória a Geraldo. O primeiro, no dia 6 de outubro (Flamengo 2 x 0 Seleção Brasileira), serviu para arrecadar fundos para a família do jogador, que vivia em Barão de Cocais. A segunda, em 1995, foi entre os masters do Flamengo e de Minas Gerais, em Barão de Cocais (o Flamengo perdeu por 2 x 1 e Zico fez o gol), para possibilitar a construção do mausoléu para Geraldo.


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