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23/09/2009 - Poucos vingaram na melhor seleção sub/20 que o Brasil ja teve

O México sediou a quarta edição do campeonato, que serviu também como um teste para a Copa do Mundo que o país organizaria em três anos. A torcida continuava apaixonada: foi a maior média de público da história dos sub-20. A Alemanha, então atual campeã, não se classificara e o favoritismo ficou com brasileiros e argentinos. O Brasil, até então, tinha conseguido apenas um terceiro lugar, em 77.

Treinada por Jair Pereira, a equipe canarinho conseguiu um resultado animador no sul-americano que serviu de qualificatório: seis vitórias e apenas um empate. O grupo da primeira fase, apesar de contar com a União Soviética, não assustava. Em Guadalajara, diante de uma torcida mexicana ávida por uma reprise dos shows de 70, o empate em 1 a 1 com a Holanda na estréia foi decepcionante. A equipe laranja – que tinha um tal de Van Basten – saiu na frente com Mario Been, mas Geovani empatou a treze minutos do fim.

Revelado pela Desportiva capixaba, Geovani chegou ao Vasco ainda em 83. O "Pequeno Príncipe", como ficou conhecido em São Januário, era o principal nome daquela seleção. Habilidoso e excelente cobrador de faltas, exercia uma forte liderança sobre o grupo e impressionava com sua facilidade em ler o jogo. Era o cérebro do time que jogava num empolgante 4-3-3, com Mauricinho (também do Vasco) e Paulinho Carioca (Fluminense) como pontas, ágeis e habilidosos dribladores.

Na segunda partida, uma convincente vitória por 3 a 0 sobre a fraca seleção nigeriana. A única mudança foi a entrada de Gilmar Popoca no lugar do volante Régis, da Ponte Preta, deixando o time mais ofensivo e jogando ao lado de Geovani. Exímios lançadores, ambos municiavam os pontas que alimentavam Marinho Rã, parrudo centro-avante da Portuguesa que aproveitava de sua força – estranhamente desproporcional à idade de um sub-20 – para ganhar dos defensores adversários. E foram exatamente de Gilmar, Geovani e Marinho os gols daquela vitória.

Contra os soviéticos, uma partida mais truncada. Agapov marcou contra e Geovani, sempre ele, fizeram os gols brasileiros – Litovchenko descontou. O adversário das quartas seria a Tchecoslováquia, segunda colocada do grupo da Argentina. Aquela foi a melhor exibição brasileira na competição: apesar do gol tcheco a seis minutos, o Brasil marcou três gols ainda na primeira etapa. Dunga, único volante da equipe, marcava incansavelmente no meio-de-campo e ainda encontrou tempo para correr até o ataque e empatar.

O gol da virada veio com um baiano franzino, que até então havia sido reserva de Marinho Rã: Bebeto fez um dos seus primeiros gols com a camisa amarela. Geovani, duas vezes, completou o placar. Na semifinal, a surpreendente Coréia do Sul, que eliminara o Uruguai na prorrogação daquela que foi a melhor partida daquele mundial. Mais uma vez a defesa brasileira foi vazada primeiro. O goleiro Hugo (Flamengo) tinha à sua frente o habilidoso Boni, que jogou no Barretos em 90/91, e o rebatedor Guto. A lateral-direita era ocupada por Heitor, à época considerado o sucessor de Leandro no Flamengo, enquanto a esquerda tinha Jorginho, ainda do América (que só virou lateral-direito quando se transferiu para o Flamengo).

O empate veio com Gilmar e a virada, com Marinho, que havia entrado poucos minutos antes. A final, contra os rivais argentinos que haviam vencido todos os jogos até então e sofrido apenas um gol. Seus destaques eram Roberto Zarate e Jorge Luís Gabrich, além de contarem também com o goleiro Islas e o zagueiro Basualdo. Uma final tensa, brigada, em que o bom futebol das duas equipes acabou sendo ofuscado. As 110 mil pessoas que compareceram ao estádio Azteca viram Giovani, eleito o melhor jogador do torneio, marcar de pênalti, aos 39 do primeiro tempo, seu sexto gol, o que fez dele também o artilheiro.

Um título mais que merecido daquele que foi o melhor sub-20 do Brasil – e porque não do mundo – até hoje. Uma equipe envolvente, que tinha ainda Brigatti, apontado como sucessor de Waldir Perez e Carlos, mas que acabou virando reserva de Sérgio Guedes, e Adalberto, promissor lateral-esquerdo do Flamengo considerado o substituto natural de Junior, mas que nunca mais foi o mesmo após quebrar a perna.

Uma seleção que, se só rendeu dois nomes ao time que perderia a final olímpica um ano depois – Dunga e Gilmar –, teve quatro representantes na equipe de Seul e ajudou a formar a espinha dorsal da seleção campeã mundial em 94, com Jorginho, Bebeto e Dunga.


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