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27/03/2009 - Entrevista com Carlos Cereto, repórter da Sportv. Leia aqui

O entrevistado de hoje foi um dos casos que nos fazem acreditar que jornalistas são pessoas legais. Carlos Cereto (foto)já me trasmitia esta simpatia pela televisão, quando o via nas transmissões do SporTv. Sempre simpatizei com suas opiniões e com a correção da suas reportagens em jogos. Assim como o seu novo momento na Rádio CBN e, claro, no seu blog Um Canhão. Simples, direto e bem-humorado.

E o melhor é quando esta imagem é concretizada além das telas de Tv. Em um instante respondeu o email se disponibilizando a participar da entrevista e foi absolutamente companheiro. Sem enrolação, sem meias palavras. Simples, direto e bem-humorado.

Como só a escola do rádio poderia ensinar.

G: Qual sua formação e trajetória até os dias de hoje?
Carlos Cereto: Sou formado em Jornalismo pela Puc de Campinas. Profissionalemente comecei no rádio esportivo, o qual considero uma grande escola do Jornalismo. Trabalhei em rádios de Itapira, Mogi Mirim, Campinas e São Paulo. Sou do interior, de Itapira.

Em 2001 fui para o Sportv, onde fiquei até me transferir para a Rádio Globo.

G: Mudaria alguma coisa? Falta algo à sua formação?
CC: Estudaria mais, o estudo nunca é demais. Gostaria de falar outras línguas. Falo inglês, mas não com a fluência que gostaria.

G: Você ainda se sente disposto a experimentar, abrir novos caminhos na sua profissão?
CC: Claro que sim. O Jornalismo é dinâmico. Há muito espaço para que novos caminhos sejam abertos. Para que novas linguagens sejam usadas, para que maneiras diferentes de se fazer Jornalismo de qualidade sejam colocadas em prática.

G: Como foi para você a transição entre Tv e Rádio?
CC: Como já disse, minha formação foi no rádio esportivo. Por isso não tive dificuldades na transição. São linguagens diferentes, mas quem sabe fazer Jornalismo, faz em qualquer veículo.

G: De todos os meios para os quais você trabalhou, qual você mais aprendeu? Qual te marcou mais?
CC: Apreendo a cada dia coisas diferentes e as experiências nos marcam de maneiras distintas. Tenho ótimas recordações de tudo que vivi desde os primeiros passos na carreira. A época em que trabalhei com Fiori Giglioti, grande nome do rádio esportivo, foi muito marcante pra mim, talvez a mais marcante de minha carreira. Com relação ao aprendizado.

A diferença é que o rádio é uma escola do "improviso", através dele o profissional sente-se capaz para fazer qualquer coisa.

G: Todas as pessoas que trabalham com rádio, costumam ser ou ficar apaixonados pela profissão. Você é um apaixonado pelo rádio?
CC: Sou absolutamente apaixonado pelo rádio. É sem dúvida o veículo mais prazeroso de se trabalhar. Um veículo único que tem o poder da notícia imediata para milhões de pessoas e que tem o poder único de mexer com a imaginação dos ouvintes.

G: A que se deve toda essa paixão pelo rádio?
CC: Desde criança acompanhava os jogos de futebol pelo rádio. No quintal da minha casa, tentava sintonizar as principais rádios de São Paulo. A televisão não era tão forte no futebol, não existia Tv a cabo. Era apaixonado pelo Osmar Santos. Meu sonho era trabalhar na Rádio Globo com o Osmar. Graças a Deus realizei.

G: Quais as principais diferenças entre os meios para os quais você trabalhou?
CC: As diferenças básicas estão na linguagem, mas o Jornalismo é o mesmo. Só há uma maneira de se fazer Jornalismo.

G: Você trabalhava no Sportv como repórter, comentarista e também editor. Como uma função complementa e/ou dificulta a outra? Onde você se sente mais confortável?
CC: Antes de mais nada sou Jornalista e o Jornalista tem que estar preparado para exercer qualquer função no Jornalismo. Gosto de ser repórter, pois é a função básica de nossa profissão, sem a qual não existiria. Todo Jornalista é repórter. É fundamental saber apurar informações, ouvir as fontes, filtrar o que é certo do errado, o que é verdade da mentira e produzir uma notícia.

A função de Editor é organizar a notícia ou o programa da melhor maneira possível para que seja inteligível para o espectador, leitor ou ouvinte. Também é uma função fascinante.

Ser comentarista é um grande desafio. Procuro exercitar a opinião sempre partindo do suposto de que ninguém é dono da verdade. Por fim, na Globo, estou tendo a chance de apresentar um programa, o Globo na Rede, algo novo em minha carreira. Estou gostando muito de ser apresentador/âncora.

G: Quais suas ambições profissionais?
CC: Quero ser o maior Jornalista esportivo do Brasil, trabalhando em rádio, TV, Jornal e Internet.

G: Quem é o maior profissional com quem você já trabalhou? Quem inspira o Cereto a ser cada vez melhor?
CC: Vários porofissionais me inspiram. Respeito muitos profissionais e já trabalhei com grandes nomes. Como disse, Osmar Santos foi minha inspiração para querer ser Jornalista esportivo.

Espelhei-me no começo de carreira no repórter Osvaldo Luís, hoje na EPTV de Campinas e que trabalhou muitos anos na Rádio Globo. Maércio Ramos, o Morcegão, também da equipe da Globo é um dos meus ídolos, desde a época de Campinas. Fábio Luís, já falecido, trabalhou comigo na Record, era um grande repórter.

Há outros profissionais que respeito e admiro como Cleber Machado, Milton Leite, Mauricio Noriega, Deva Pascovic, Victor Birner, Oscar Ulisses, Juca Kfouri. Sou fã de todos eles, sem precisar fazer média com ninguém.

G: Qual seu maior defeito e qualidade? Se pudesse se dar um conselho, o que diria?
CC: Meu maior defeito é também minha maior qualidade: Sou sincero demais.
O conselho: nunca deixe de acreditar nos sonhos. Nada é impossível para quem tem fé e persistência.

G: Qual o maior erro que você já cometeu como jornalista (ideológicamente e/ou no dia-a-dia)?
CC: No dia-a-dia cometemos vários erros , afinal somos humanos. O meu maior erro talvez tenha sido comunicar ao vivo, a demissão de Juninho Fonseca, então técnico do Corinthians, ao próprio Juninho, antes do jogo começar, à beira do gramado. Era um furo de informação.

Osvaldo de Oliveira já havia sido contratado, foi anunciado no outro dia, mas na ânsia de dar a notícia faltou-me sensiblidade com o profissioanal envolvido, no caso o Juninho. Hoje faria diferente.

G: Qual sua maior vitória ou o que mais se orgulha de ter realizado na profissão?
CC: Minha maior vitória é ser reconhecido no meio como um bom profissional, um profissional correto, digno de trabalhar em grandes empresas, e empresas sérias. Orgulho-me da minha trajetória que tenho certeza está só começando.

G: Como você se definiria como profissional?
CC: Completamente apaixonado pelo que faço.

G: A vaidade e a incansável busca pelo furo jornalístico atrapalham o relacionamento entre profissionais?
CC: Atrapalha e muito. A vaidade é o grande mal do ser humano e evidente que é uma erva daninha em qualquer setor de atividade.

O furo, hoje em dia, é absolutamente relativo, visto que o mais importante é apurar corretamente a notícia do que dar antecipadamente a informação. Se puder fazer as duas coisas, tanto melhor.

G: Existe diferença de tratamento entre os meios de comunicação? Ser da maior rede de comunicação do país facilita o trabalho?
CC: CLARO QUE SIM. Infelizmente existe diferença de tratamento entre os meios de comunicação. Já estive dos dois lados. Em emissoras pequenas e grandes.

Como em todo setor de atividade e na sociedade, as pessoas, a maioria delas vive de aparências e tendem a privilegiar quem suspostamente tem mais importância, ou mais poder, o que convenhamos é uma grande besteira.

O importante é o profissional saber se respeitar e respeitar os outros independentemente de prefixo.

G: Sobre seu blog, como você começou e por que o mantém?
CC: Comecei meio que de brincadeira para exercitar a escrita e a opinião. Se você se habitua a escrever sobre determinados temas ou assuntos, quando precisa falar dos mesmos ao vivo, fica bem mais fácil. Mantenho pelo mesmo motivo, porque gosto de escrever.

G: Qual a principal função do blog para você?
CC: Entendo que o blog é a grande ferramenta do Jornalismo moderno calcado na interatividade. O conceito de interatividade ainda irá se modificar e melhorar muito com o passar do tempo, mas o blog já é um grande começo.

G: Você consegue ler outros blogs? Quais você costuma acessar?
CC: Leio muito e leio de tudo. É claro, tenho alguns favoritos como o blog do Juca, do Noriega, do Birner e do Paulinho, mas tem muita gente boa que escreve.

G: Até que ponto os blogs informativos podem ser fonte de notícia?
CC: O blog do Juca, do Paulinho e do Birner são provas de que os blogs podem ser fontes de notícia, desde que haja credibilidade pra tal.

G: É possível fazer jornalismo com isenção?
CC: Claro que sim, caso contrário não é Jornalismo.

G: Você é a favor de revelar seu clube do coração? Qual o seu?
CC: É claro que tenho um clube do coração, e não teria problema nehum em revelar não fosse a ignorância de algumas pessoas que costumam misturar as coisas.

Há pessoas que acham que o trabalho do Jornalista é deturpado por gostar do azul ou do amarelo. A ignorância por vezes gera violência, por isso não acho conveniente revelar a preferência clubística.

G: Como você lida com a proximidade dos leitores no blog?
CC: Acho uma grande barato, é como se todos fossem meus amigos de anos. É um dos grandes baratos da interatividade.

G: Qual sua maior decepção no esporte? E a melhor lembrança?
CC: As maiores decepções foram a morte de Ayrton Senna e o acidente de Osmar Santos que o impediu de narrar futebol. A melhor lembrança foi a conquista da copa de 94 quebrando um jejum de 24 anos. Curiosamente tudo aconteceu no mesmo ano.

G: Qual notícia ou fato do mundo esportivo você gostaria de ter participado, visto e relatado?
CC: Queria ter participado da cobertura da Copa de 70, no México.

G: Qual notícia você se emociona ou lembra com carinho de ter dado?
CC: Fui o único repórter em campo quando da morte de Serginho, zagueiro do São Caetano. Foi muito triste dar a notícia de sua morte.

G: Que notícia, se você pudesse dar rumo aos acontecimentos, você espera dar nos próximos anos?
CC: ACABOU A CORRUPÇÃO NO FUTEBOL. TODOS OS BANDIDOS FORAM PRESOS.



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