São Paulo caminha a passos largos rumo à segunda fase da Taça Libertadores da América . Depois de suportar a pressão inicial do Defensor, o Tricolor soube se arrumar em campo e, com um golaço de Borges, aos 39min do primeiro tempo, venceu por 1 a 0, em partida realizada na noite desta quarta-feira, no estádio Centenário, em Montevidéu.
O resultado fez a equipe paulista manter um tabu de 27 anos sem perder para times uruguaios.
Com a vitória, a segunda consecutiva na competição sul-americana, o Tricolor foi aos sete pontos na tabela de classificação do Grupo 4, contra quatro do Defensor. Assim, o São Paulo pode garantir sua classificação contra o mesmo adversário, no dia 9 de abril, desta vez, no estádio do Morumbi. Em caso de vitória, a equipe de Muricy assegura seu lugar nas oitavas-de-final.
Início muito ruim
O São Paulo foi encurralado pelo Defensor no começo da partida. O time uruguaio adiantou sua marcação e complicou a saída de bola do Tricolor que, nos primeiros 15 minutos, praticamente não conseguiu passar do meio-campo.
Jogando com velocidade, principalmente nas costas de Junior Cesar, no lado esquerdo da defesa são-paulina, o Defensor chegou com perigo pela primeira vez logo aos 2min. Em rápido contra-ataque, Marchant desceu pela direita, cortou a marcação de Miranda e, de pé esquerdo, mandou no ângulo de Rogério Ceni, que espalmou por cima do gol.
Quatro minutos depois, após cobrança rápida de escanteio, Mora bateu de pé direito, e a bola cruzou toda a extensão da área. O São Paulo não parecia ligado na partida. Até Rogério Ceni cometeu um erro bobo na saída de bola que, por pouco, não foi aproveitado pelo time uruguaio.
O tempo passava, e o Tricolor seguia perdido em campo. Hernanes e Jorge Wagner, que tinham a obrigação de organizar o meio-campo, eram muito bem marcados. Pelas laterais, também não havia espaços para Arouca, pela direita, e Junior Cesar, pela esquerda. Com isso, Borges voltava para buscar a bola, e Washington ficava isolado entre os defensores uruguaios. No banco de reservas, o técnico Muricy Ramalho deixava clara a sua insatisfação com o rendimento da equipe.
A torcida do São Paulo presente ao estádio Centenário tentava dar força para a equipe. Não parava de batucar um único instante. O time, timidamente, esboçou uma reação. A defesa já não estava tão pressionada, e o meio-campo conseguiu trocar alguns passes. Aos 32min, aconteceu a primeira chegada são-paulina, em chute rasteiro de Hernanes, que saiu à esquerda do gol uruguaio. Cinco minutos depois, após troca de passes na entrada da área, Hernanes bateu, e Silva defendeu.
O São Paulo abriu o marcador aos 39min. Borges recebeu de Jean dentro da área, pelo lado esquerdo, e, de canhota, fuzilou no ângulo de Silva. Foi o terceiro gol do camisa 17 na Taça Libertadores da América. Três minutos depois, Jorge Wagner arriscou de fora da área, e Silva defendeu em dois tempos. Foi o último lance de perigo do primeiro tempo.
Etapa complementar
Em vantagem no marcador, o São Paulo voltou para o segundo tempo jogando como mais gosta, ou seja, valorizando ao extremo a posse de bola e buscando o contra-ataque para matar o jogo. Já o Defensor, apoiado por sua torcida, seguiu buscando o ataque. Com isso, o jogo ficou mais aberto.
Aos 8min, Vera disparou de fora da área, e Rogério Ceni defendeu bem, no canto direito. Dois minutos depois, o goleiro são-paulino voltou a trabalhar, fazendo uma defesa nos pés de Mora, que se preparava para chutar.
Aos 15min, o técnico do Defensor, Jorge da Silva, partiu para o tudo ou nada, colocando mais dois atacantes em campo (Vila e Navarro). O time foi para o abafa. A torcida, nas arquibancadas do Centenário, veio junto. A equipe criou duas chances, mas pecou nas finalizações. E, no contra-ataque, Jean, em chute de fora da área, exigiu boa defesa de Silva.
O tempo passava, e o panorama da partida não mudava. O Defensor tomava a iniciativa, sem levar perigo, e o Tricolor, no contra-ataque, assustava. Aos 29min, Washington arriscou de fora da área, e a bola raspou a trave esquerda uruguaia.
Pressão final
Seis minutos depois, o técnico Muricy Ramalho promoveu a primeira alteração no São Paulo, com a entrada de Richarlyson na vaga de Arouca. Com isso, Jean foi para a ala direita. O Defensor, já na base do desespero e sem organização, foi para cima de qualquer jeito. E, aos 40min, o empate quase saiu. Após cobrança de escanteio pela esquerda, Curbelo pegou a sobra e bateu de pé direito, no canto esquerdo de Rogério Ceni. A bola desviou em Navarro e foi para o lado direito. Caprichosamente, raspou a trave direita e saiu.
No lance seguinte, o São Paulo teve a chance de matar a partida. Washington recebeu na área e ficou cara a cara com Silva. O camisa 9 quis bater por cobertura e praticamente recuou para o goleiro. Esse vacilo quase custou caro. Já nos descontos, Renato Silva perdeu no alto para Ferreira, e Navarro, livre na pequena área, bateu à direita do gol são-paulino. Depois, foi só esperar o apito final para comemorar a sofrida e importante vitória.
Ficha técnica:
DEFENSOR 0 x 1 SÃO PAULO
Defensor: Martín Silva, Pablo Pintos, Jorge Curbelo, Mario Rizzo e Sebastián Ariosa; Julio Marchart, Miguel Amado, Pablo Gaglianone (Diego Ferreira) e Diego de Souza (Mauro Vila); Rodrigo Mora (Álvaro Navarro) e Diego Vera.
Técnico: Jorge da Silva.
São Paulo: Rogério Ceni, Rodrigo, Renato Silva e Miranda; Arouca (Richarlyson), Jean, Hernanes, Jorge Wagner e Junior Cesar (Aislan); Borges e Washington.
Técnico: Muricy Ramalho.
Gol: Borges, aos 39min do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Mora (Defensor).
Washington, Junior Cesar, Jorge Wagner, Rogério Ceni e Rodrigo (São Paulo).
Estádio: Centenário, em Montevidéu (URU).
Data: 18/03/2009.
Árbitro: Carlos Amarilla (PAR).
Auxiliares: Nicolás Yegros (PAR) e Rodney Aquino (PAR).
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