Na foto: Andrade conversa com Obina antes do rachão
Não foi a primeira, nem será a última.
Também não é exclusividade de atletas.
Torcedores também fazem isso.
Desrespeitam a história das pessoas, como se os feitos delas pouco significassem.
Não falo apenas de títulos, mas também de qualidade de jogo quando se ganha.
O tal futebol arte que alguns cobram antes de menosprezarem quem o praticou.
Muitas vezes apenas porque não ganhou especificamente algum título, ou por ter jogado em algum rival.
Bruno não fez isso com Andrade.
Eu gosto do goleiro flamenguista.
Não o considero ainda um senhor goleiro, mas é muito bom, competente, tem personalidade, trabalha bastante, e fará em dezembro 25 anos.
A posição de goleiro exige mais tempo de maturação.
Bruno vai crescer.
Ele desrespeitou o auxiliar-técnico Andrade que apitara o coletivo.
Colei um trecho da reportagem de Eduardo Peixoto no Globoesporte.com para explicar.
Depois que a atividade terminou, enquanto os jogadores seguiam para o vestiário, o goleiro se irritou com as marcações do "juiz" e recebeu uma repreensão:
- Está reclamando de quê? Você não é nada - disse Andrade.
O goleiro rebateu rispidamente:
- Quando era jogador, você ganhou tudo. Mas como técnico não ganhou nada – berrou.
A cena causou constrangimento. Andrade, campeão do mundo em 1981 pelo Flamengo, não respondeu e Fábio Luciano interferiu e mandou o goleiro treinar cobrança de faltas. A diretoria e o técnico Cuca tomaram conhecimento do episódio, mas ainda não se pronunciaram. O treinador atrasou o início da coletiva por 30 minutos e conversou separadamente com o auxiliar.
É preciso que algo fique claro.
Nos poucos trabalhos de Andrade como treinador, não vi nada de especial.
Precisaria de mais tempo para ser avaliado, entretanto não é esta a questão.
O tipo de pensamento me incomodou.
Se tivesse dito algo como "você é um cara inteligente. Acertou quando preferiu jogar futebol ao invés de apitar"; "Você é muito ruim com o apito"; ou "Vai para aquele lugar, você nos prejudicou" seria ato de indisciplina.
Todavia há erros que vão além.
O de Bruno infelizmente foi um deles.
Ele disse, nas entrelinhas, que Andrade só está ali porque ganhou muito como atleta.
Talvez seja verdade, e apenas isso, na prática, justifica.
É um auxiliar, não o titular do cargo, tem muuuuuuuuuuuuita identificação com qualquer coisa boa do Flamengo, e acima de tudo conta com o respeito de Zico, Junior, Leandro e Carpegiani, alguns dos que jogavam futebol refinadíssimo e trabalharam com Andrade.
Bruno deveria aprender com a experiencia de quem pode compreender melhor a alma flamenguista, pois viveu os anos de ouro do clube, a fase de relação mais intensa com a torcida.
Mais do que fazer uma reflexão sobre o que falou, o goleiro necessita repensar a forma como encara a vida profissional.
Irá ajudá-lo a compreender melhor o mercado, os fãs e seu papel nisso tudo.
Abaixo apresento o currículo de Andrade.
Antes que apareça alguém para criticar as poucas participações na seleção brasileira, lembro que ele concorria com Falcão, Toninho Cerezo e mais alguns pela vaga.
Conquistas de Andrade.
No Flamengo: Mundial Interclubes: 1981, Copa Libertadores da América: 1981, Campeonatos Brasileiros: 1980, 1982, 1983, 1987. Campeonatos Cariocas: 1979, 1979 (Especial), 1981, 1986. Taças Guanabara: 1979, 1980, 1981, 1982, 1984, 1988. Taças Rio: 1983, 1985, 1986
No Vasco da Gama: Campeonato Brasileiro: 1989. Taça Guanabara: 1990
na Seleção Brasileira: Medalha de Prata nas Olimpíadas de Seul: 1988
De quebra, em fim de carreira, ganhou pela Desportiva Capixaba o Campeonato Capixaba de 1992 no Operário-MT o Campeonato Matogrossense em 1994.
Rachão do Flamengo sofre intervenção para acalmar ânimos dos atletas
Não passou de ameaça a ideia de cancelar os rachões no Flamengo. Nesta sexta-feira, véspera do jogo contra o Tigres, novamente os jogadores fizeram o recreativo na fase final do treinamento.
Na última terça, uma discussão entre Bruno e Andrade após a "brincadeira" provocou polêmica. O auxiliar-técnico não mudou de função e novamente pegou o apito. Só que desta vez ganhou uma ajudinha para acalmar os ânimos.
- Dei cartões amarelo e vermelho para o Andrade. No caso do vermelho, o jogador fica dois minutos fora. Mas é só uma brincadeira. A regra é o respeito. Ocorreram problemas, mas que estão sanados – declarou o técnico Cuca.
Ao contrário de outras ocasiões, Bruno não se arriscou no ataque. Ele colocou as luvas e ficou como goleiro. Desta vez não ocorreram grandes discussões
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