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25/02/2009 - Lembra dele? Serrano, atacante que virou meio campista e rodou o Brasil

Por: Edwellington Villa, São Jose do Rio Preto
Time do América que empatou em 0 a 0 com o Santos, no estádio Mário Alves Mendonça, no dia 4 de novembro de 1984, pelo segundo turno do Paulistão. Em pé, da esquerda para a direita: Nena, Jorge Lima, Orlando Fumaça, Ademilson, Valô e Paulo Cezar Catanoce; agachados, na mesma ordem: Formiga, Serrano, Toninho, Paulo Martins e Vilmar




Oswaldo Antonio Serrano Júnior foi uma das grandes revelações do América na década de 1980. Começou a carreira como centroavante, mas ganhou maior projeção atuando no meio-campo. "O seo João Avelino (treinador) me improvisou num jogo contra o Santos (vitória do América por 1 a 0, em 27 de abril de 1986) e acabei me dando bem na nova função", explicou. Filho de Serrano - um dos bons defensores do Olímpia nos anos 1960 -, Serraninho passou a chamar a atenção aos 16 anos ao ajudar o Bazar das Noivas a conquistar o título da Copa Vale do Rio Grande. "Entrei no time no segundo turno e ainda fui artilheiro, com 14 gols", recorda. Também disputou um campeonato amador em Viradouro, onde foi descoberto pelo ex-jogador Roberval Teixeira Lima, o Rubinho, que na época trabalhava como olheiro do América. Chegou na Vila Santa Cruz em agosto de 1983. Foi aprovado nos testes e disputou o Campeonato Paulista Sub-20 e os Jogos Abertos do Interior. No mês seguinte já treinava na equipe principal. "No primeiro coletivo marquei um gol em cima do Orlando Fumaça", diz. Passou a ser relacionado entre os profissionais e teve a primeira oportunidade de jogar na derrota de 1 a 0 para o São Paulo, no Morumbi, no dia 7 de outubro de 1984, pelo Paulistão. Lançado pelo técnico Lori Sandri, ele entrou no segundo tempo no lugar do ponta-direita Ilton.

Na rodada seguinte, Serrano substituiu Robson no intervalo e marcou o gol na vitória de 1 a 0 sobre o Santo André, que estava invicto há 10 jogos. Com o resultado, o Rubro assumiu a condição de melhor time do Interior dentro da elite estadual.
Serrano tentava se firmar como titular, mas sofreu com as contusões em 1985. "Fiquei quatro meses parado por causa de uma lesão no púbis", lembra. "Me recuperei, disputei três jogos e machuquei de novo. Desta vez, foi uma distensão muscular na coxa direita." Depois de um longo tratamento, conseguiu, enfim, a titularidade no América em 1986, jogando como armador. "Fiz um belo campeonato e no final do ano o São Paulo ofereceu Cr$ 500 mil pelo meu passe", diz. "O Birigui (presidente Benedito Teixeira) pediu Cr$ 1 milhão e o negócio não saiu", lamenta. O Tricolor tinha outras opções como Glauco, do Comercial, Wanderley, da Ferroviária, mas decidiu levar Raí, revelado pelo Botafogo e que estava na reserva da Ponte Preta.

Magoado por não ter sido vendido ao São Paulo, Serrano ameaçou abandonar a carreira e ficou mais de um mês parado em Olímpia. Surgiu, então, o interesse do Bandeirante, de Birigui, recém-promovido ao Paulistão. "Me ofereceram um bom dinheiro e fui pra lá", afirma. "Porém, joguei pouco. Além da ‘panela’ no elenco eu machuquei o joelho direito e fiquei parado um bom tempo." Retornou ao América e disputou o Paulistão de 1988. No segundo semestre foi emprestado ao Comercial, de Ribeirão Preto, que contava com o centroavante Marcão e o ponta-direita Dácio, ambos com passagens pelo São Paulo, o zagueiro Nenê Santana (Ponte Preta e Palmeiras), entre outros. A equipe comercialina fez uma grande campanha na Divisão Intermediária (atual A-2), mas caiu de produção na reta final. "Faltou grana. Os salários atrasaram e aí não teve jeito."

Jogou no Bangu e foi ídolo no Paraná
Em 1989, Castor de Andrade, presidente do Bangu, levou Serrano para Moça Bonita. Em troca, o clube carioca cedeu ao América o goleiro Barbiroto, o centroavante Robinho e outros jogadores. No Bangu foi comandado pelo técnico Waldir Pereira, o Didi, bicampeão mundial com a Seleção Brasileira em 1958 e 1962 e criador da imortal ‘folha seca’. No 2º semestre de 1990, Serrano teve uma passagem pela Ponte Preta e na temporada seguinte disputou o Paulistão pelo Olímpia, que havia acabado de subir de divisão. Transferiu-se em 1992 para o Operário, de Ponta Grossa-PR, onde tornou-se ídolo e artilheiro do time no Estadual, com 13 gols. "Até hoje sou lembrado como um dos melhores meias-esquerdas que atuaram lá", diz. O técnico Varlei de Carvalho o levou para o Remo em 1993, onde disputou o Brasileirão e a Copa do Brasil. Fiquei cinco meses sem receber."

Retornou ao Operário-PR no 2º semestre, entretanto, levou uma pancada no joelho esquerdo logo na estreia e parou de jogar. "Fui trabalhar com meu pai na distribuidora de bebidas Antárctica e na fábrica de refrigerantes Serrano, ambas em Olímpia." Quatro anos depois, Serrano recebeu convite para voltar a jogar pelo Olímpia, que era administrado pelos ex-jogadores Careca e Edmar. O time classificou-se ao quadrangular decisivo do A-3, junto com Mirassol, Barbarense e São Caetano. Mirassol e Barbarense subiram de divisão. Foi a última aparição dele como profissional. Formado em direito desde 1986 pela Fadir (atual Unirp), Serrano passou no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em 1998 e atua na área jurídica até hoje. Casado há 21 anos com Cássia, Serrano é pai de Lorran e Lara. A família mora em Olímpia, onde ele nasceu em 29/7/1964.


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