Em 16 anos de carreira, Osmar Guarnelli vestiu as camisas do Botafogo, Atlético-MG e Ponte Preta. No Galo, foi pentacampeão mineiro (79 a 83). As boas atuações levaram o zagueiro a defender a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972. Mas o defensor também ficou ligado, indiretamente, ao Vasco. Em 9 de maio de 1976, no clássico Botafogo x Vasco pelo Campeonato Carioca, Roberto Dinamite fez o gol que considera o mais belo de sua longa carreira. O 'gol do chapéu'. Aplicado exatamente em Osmar.
Trinta e três anos depois do lance, o ex-zagueiro, hoje com 57 anos, voltou ao Maracanã para relembrar a jogada. Que classifica como "um acidente" em sua vida profissional.
- O Roberto é um amigo que tenho. Quando nos encontramos, não tocamos nesse assunto. Ele dá aquele sorrisinho dele (...) Foi um acidente na minha carreira. Ele teve sorte no lance. Mas não foi algo que me abalou. Faz parte do show. É isso que acontece com o artista. Tem o feio e o bonito - afirmou o ex-zagueiro.
Apesar de não ter ficado abalado, a jogada foi marcante. Tanto que Osmar lembra dela em detalhes.
- O Zanata veio pela direita e cruzou do bico da área. Estava mais de olho na bola do que no Roberto. E quando vi, ele já havia dominado ela no peito. Eu pulei para ele chutar (a bola) contra o meu corpo. Mas ele teve uma habilidade muito grande. Com a perna no alto ainda, deu o chapéu.
Surpreso pela rapidez do camisa 10 do Vasco, Osmar, então com 24 anos, ficou no chão, de joelhos, observando a conclusão de voleio, que definiu a vitória vascaína por 2 a 1 nos minutos finais da partida.
Depois de tanto tempo - e vendo muitas vezes o lance na TV -, Osmar não tem dúvidas diante da pergunta se faria algo diferente para tentar o impedir o lance.
- Teria feito o pênalti. Assim não apareceria tanto (risos). Seria pênalti e pronto. Acabou. |