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04/02/2009 - Historias, estorias e o Paulistinha

A história de que a sobrevivência dos pequenos depende dos Estaduais com times grandes alguns anos atrás seria descrita como estória.

História é baseada em fatos.

Estória em lendas e ficção.

O português aposentou a palavra estória, entretanto mesmo agora com hi no início, muitas sem fundamento são vendidas como verdades e usadas de argumento na defesa do paulistinha com as agremiações de ponta.

A tal "verdade" não é verdadeira.

Alguém realmente crê que uma visita anual, se ela ocorrer, garante a saúde financeira da agremiação do interior?

São 19 jogos para por time no turno único do paulistinha, antes da semfinal.

Cada pequeno, em tese, recebe e visita os grandes duas vezes.

Isso resolve a questão?

Na abertura do paulistinha, Santo André e Palmeiras jogaram em Ribeirão Preto.

Recomeço de competição, torcedor sedento por futebol por causa das férias, a torcida palmeirense é bem grande na cidade, em suma, deveria ser bem atraente.

Vinte e seis mil seiscentos e trinta e dois ingressos foram colocados a venda e 12.714 saíram das bilheterias. A renda líquida ficou em R$ 183.646,36. É pouco. O gerente de futebol do Ramalhão ganha, por mês, cerca de 30% desse valor.

O time do ABC, na terceira rodada, atuou em casa.

A torcida devia estar empolgada com a façanha do acesso à elite do futebol brasileiro.

O adversário era a Ponte Preta, equipe tradicional, das mais representativas em São Paulo.

Seis mil duzentas e setenta e cinco entradas podiam ser compradas e apareceram 1104 interessados. Não foi o bastante para pagarem as contas. O clube tomou prejuízo de R$229,94 apenas partida.

E ainda precisará pagar salários, comida, hospedagem, as contas básicas…

A modesta participação do aficionado na primeira partida deve ter sido culpa do local, pois não havia time da casa. A desculpa esfarrapada para o fracasso financeiro frente a Macaca pode ser a localização do Santo André, na Grande São Paulo, que aumenta a desleal concorrência com os grandes.

O Santo Andtré "é vítima" das circunstâncias.

Por isso decidi continuar a pesquisa.

Na segunda rodada, o tradicional Noroeste, da rica Bauru, cidade de meu amigo Gustavo Duarte, criador de todas as caricaturas do blog (a minha ele enviou sem pescoço, ressalto), recebeu o Santos, enquanto o Braga se apresentava diante do Corinthians em Bragança. Era a estréia deles na condição de mandantes.

Em Bauru, dos 10.790 ingressos colocados a venda, 5041 foram negociados. O lucro foi de R$ 111.263,45. No jogo do Alvinegro da capital, 15.900 entradas estavam nas bilheterias e 7.777 gastaram para adquiri-las. O Braga lucrou R$159.959,07.

Domingo o Noroeste perdeu da Lusa em Bauru diante de1633 fãs que proporcionaram R$7395,32 líquidos ao time, e o Bragantino, também em seus domínios, frente o Mirassol, arcou com o prejuízo de R$805,29. O público foi de 731 abnegados.

E a coisa vai piorar ao longo da competição.

O papo da grana para salvar o futebol do interior é furadísssimo!

Se é que os grandes têm obrigação de cuidar dos pequenos. Empresários e prefeituras interessadas já tiram proveito.

As melhores médias de renda nos estaduais dos últimos anos é carioca.

A do brasileirão é mais ou menos o dobro.

O modelo "eu espero a visita do grande" não funciona.

Qualquer dúvida, veja a situação atual.

E o torcedor do interior?

Acredite. A maioria prefere ver São Paulo X Internacional, Corinthians X Grêmio, Palmeiras X Cruzeiro ou Santos X Flamengo ao invés de um deles contra os pequenos.

Os últimos anos de péssima administração e o fim da escravidão de jogadores no futebol deterioraram a relação do torcedor com o time do interior.

Ponte Preta e Guarani, mais alguns poucos, mantêm torcedores fiéis e só deles.

Os 4 grandes roubaram o coração dos paulistas em quase todo Estado.

Por isso, caso a idéia seja fazer futebol dentro de São Paulo, ao invés do obsoleto paulistinha seria melhor criarem um quadrangular, pentagonal, algo parecido, disputado em algumas cidades do interior. Mais qualidade, interesse, emoção, clássicos e, na prática, tradição.

E o que fazer com os pequenos?

A Federação Paulista de Futebol necessita cuidar deles.

Ela deve investir na construção de uma competição forte entre os pequenos.

Para tal, precisa desenvolver rivalidades estimulantes, pois elas dão vida ao futebol.

Só que criar isso demora, não é barato e o retorno político é pequeno.

A vida é assim.

Não existe time grande sem torcida grande.

Há sem estádios, títulos importantes, dinheiro…

Mas todos são apoiados por número considerável de pessoas.

Contratar atletas do dia para a noite qualquer clube endinheirado pode.

Fãs demoram para serem conquistados.

O crescimento do número deles é gradativo

É preciso criar vínculos afetivos para que o seu humano tome a iniciativa de defender a entidade

Oeste, Marília, Mirassol, São Caetano, Santo André, nenhum time deste porte é rival dos grandes.

Exemplos externos.

Nottingham Forest. O time venceu duas vezes a Copa dos Campeões da Europa em 79 e 80. A decadência financeira o levou a passar as 3 últimas temporadas na terceira divisão e hoje ocupa o décimo sétimo lugar da segundona inglesa (24 participam).

A média é de 21.046 pagantes por jogo em casa. Nas temporadas de terceira divisão foi de 20.257, 20.907 e 19.995.

Há vários outros iguais por todo continente.

Na Argentina, o Tigre que quase conseguiu ser campeão da primeira divisão por duas vezes nas últimas temporadas, ilustra bem o que penso.

A torcida não é numerosa e as boas campanhas acabarão.

Contudo o fã do Tigre não liga.

Leia um trecho de canção entoada pela torcida dos pequenos hermanos.

Veja nela o amor incondicional que falta ao torcedor brasileiro das equipes sem força para ficar entre as maiores do país.

Vamos vamos Matadores (apelido do time), poniendo huevo vamo a ganar, si te vas para el descenso, eso no importa te sigo igual, Tigre te llevo en el alma y cada dia te quiero mas !!!. es una tarde de sol, no se la vaya a perder, juega el Matador, capo de la " B".



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