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14/01/2009 - Causos do Futebol: Uma briga enjoada

Copa de 78, Argentina do ditador-general Rafael Videla.



Exército por toda parte.



Uma das copas mais contestadas da história.



A seleção brasileira dirigida por Cláudio Coutinho tinha passado por vários problemas durante sua preparação, inclusive um desentendimento entre o técnico e o maravilhoso Paulo Roberto Falcão, que acabou sendo afastado e ficando no Brasil.



Problemas que continuaram no início da Copa com o Brasil tendo enormes dificuldades para conseguir um empate 1 a 1 contra a Suécia, com o juiz Clive Thomas, do País de Gales, anulando um gol de Zico aos 45 minutos do segundo tempo, alegando ter apitado o fim de jogo logo da cobrança do escanteio; outro empate, por 0 a 0, contra a Espanha, com o árbitro Sérgio Gonella, da Itália, não dando um gol legítimo da Espanha, um chute que pegou por dentro do travessão, bateu dentro do gol e saiu e com Amaral que jogou no Corinthians, salvando literalmente em cima da linha outro gol certo da Espanha; e finalmente com um vitória, por 1 a 0, contra a Áustria.



Foi assim que o Brasil passou para a segunda fase da Copa, que nesse ano de 78 foi disputada de forma diferente. Das 16 seleções que disputavam a copa naquela época, classificaram-se 8, que foram divididas em dois grupos de 4. Os primeiros classificados de cada grupo disputavam a final e os dois segundos se enfrentavam pelo terceiro lugar.

Mas não pense que a classificação da Argentina para essa segunda fase tenha sido fácil. Os donos da casa foram derrotados pela Itália, por 1 a 0, e foi preciso uma boa mãozinha divina para que o time de Passarela, Fillol e Kempes se classificasse numa vitória sobre a França, por 2 a 1, com um gol de pênalti, cometido visivelmente fora da área.



Mas para azar do Brasil, que se classificou em segundo, a seleção teria a Argentina pela frente na nova fase.



No primeiro jogo, o Brasil derrotou o Peru, 3 a 0.



Aí enfrentou a Argentina no pequenino estádio de Rosário, e num jogo em que o árbitro Karoly Palotai, da Hungria, procurou de todas as maneiras levar a partida até o fim sem expulsar faltosos, inclusive Chicão, do Brasil, que distribuiu pancada para todos os lados, o jogo terminou 0 a 0.



No terceiro jogo o Brasil derrotou a Polônia, por 3 a 1.



No mesmo dia só que a noite, a Argentina, derrotou o Peru, por 6 a 0 e no saldo de gols – tinha ganho da Polônia, por 2 a 0 – se classificou em primeiro com direito a disputar a final contra a Holanda, enquanto o Brasil ia disputar o terceiro contra a Itália.



Foi necessário contar esses detalhes para que o resto da história seja entendido.



Cobri essa copa de 78 pela Rede Globo, e combinei de encontrar Divino e Motta que ainda estavam no Placar, para a gente tomar uma cervejinha. Os boatos de que a seleção do Peru teria "facilitado" as coisas para a Argentina eram enormes. Saímos do hotel a procura de um bar, mas todos estavam tomados por argentinos eufóricos já cantando a vitória como campeões do mundo.



Entramos numa espécie de boate que parecia tranqüila. Completamente vazia. Sentamos pedimos nossas bebidas e começamos a conversar. Para não dizer que a boate estava deserta distante da gente tinha um homem bebendo sozinho.



Lá pelas tantas um garçom se aproximou de mim e perguntou:



- Aquele senhor pediu para perguntar se podia se juntar a vocês?



Consultei a rapaziada e ninguém foi contra:



- Claro, diga que ele bem-vindo.



O homem chegou, sentou e continuamos conversando. Lá pelas tantas como o homem falava em castelhano comecei a desconfiar. Tentei botar panos quentes sobre a possibilidade do Peru ter se vendido, mas não adiantou.



O homem finalmente falou:



- Olha, por favor, eu sou peruano.



Aí, o Divino explodiu:



- Vocês são uns cagões. Vocês se cagaram todo. Tiveram medo da Argentina, se cagaram!



Começou a surgir gente de todos os lados, ameaçadores. Nós éramos uns cinco. Levantamos e fomos nos afastando de costas em direção ao balcão do bar. Motta olhou para mim e disse:



- Aquele baixinho é o massagista do Peru.



- É mesmo? – perguntei – e aquele de revólver na mão o que é?



O cara era extremamente parecido com Lampião. Óculos redondos, rosto que ia afinando, revólver que brilhava. Peguei uma garrafa pelo gargalo; Divino queria briga; Manoel Motta era o mais visado pelos peruanos pelo tamanho.



Por alguns segundos pensei na morte, foi quando o de óculos redondos veio em minha direção e disse:



- Olha, vamos deixar vocês saírem daqui a pedido do nosso chefe. Mas saiam imediatamente.



O dono da boate foi mostrando o caminho para fora da boate.



Quando saímos, ele gritou:



- Ei, brasileiros, vocês nasceram de novo. O homem é filho do PRESIDENTE DO PERU.


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