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28/08/2012 - Causos do futebol: Um carnaval maldito

Na foto estão em pé: Augusto, Barbosa, Rafanelli, Danilo, Jorge e Ely. Agachados: Djalma - o do "causo" - Maneca, Friaça, Lelé e Chico, que formaram o time do Vasco de 1948




Djalma era um desses raros jogadores capaz de jogar em qualquer posição.

- Menos de goleiro, seu Flávio, nas demais eu jogo.

O Flávio em questão era o grande técnico Flávio Rodrigues da Costa, que ficou marcado na história como o técnico que perdeu a Copa do Mundo de 1950, para o Uruguai, no Maracanã, mas que na minha opinião foi um dos responsáveis pela evolução do futebol brasileiro.

Um dia esse Dlajma, que jogava em todas, mas principalmente na ponta-direita, chegou em casa e zangado, avisou a mulher:

- Alzira, o filho da mãe do seu Flávio marcou concentração a partir de sexta-feira!

Espantada dona Alzira reclamou:

- Mas é Carnaval e o campeonato nem começou!

- Pois é – continuou Djalma – está todo mundo revoltado, mas eles fizeram isso justamente porque é Carnaval, e os diretores sabem que a turma é da folia!

- Djalma, e onde vai ser essa maldita concentração?

- Ninguém sabe, mulher. Ninguém sabe, só o técnico, o presidente e o diretor de futebol que sabem! Eles querem evitar qualquer contato com pessoas, principalmente com a imprensa!

Não se sabe se dona Alzira aceitou o argumento de Djalma por acreditar no marido ou para evitar qualquer atrito maior.

De mala feita para passar cinco dias "concentrado", Djalma foi direto para a casa amante.

O sábado e o domingo foram dois dias maravilhosos nos braços da amante, sem sair de casa, mas na segunda-feira resolveram ir a um baile na Associação dos Empregados do Comercio do Rio de Janeiro.

O convite tinha sido presente de um grande amigo, que foi junto ao baile. A amante de Djalma chamou Dulce uma amiga, que morava no apartamento do lado, para fazer companhia ao amigo de Djalma.

Mas o baile foi uma desgraça. Um folião mais abusado começou a mexer com a amante de Djalma que avançou para dar uns bofetões no individuo. Só que o abusado estava acompanhado de seis amigos. Djalma foi parar no pronto-socorro com um corte na boca e um olho inchado.

No caminho de volta para a casa de amante, Djalma foi bolando a desculpa que daria para dona Alzira quando voltasse para casa:

- Foi uma cotovelada durante o treino, foi o Ely, aquele cavalo! – e mentalmente foi ensaiando o jeito de falar.

Mal tinham entrado em casa quando a amiga bateu na porta:

- Perdi minha chave naquela confusão danada – explicou ela.

Djalma se ofereceu para dar a volta pela marquise, fora do prédio, para entrar e abrir a porta por dentro.

Só que quando ele pulou para a marquise, ainda tonto com as cervejas e a surra que tinha levado, Djalma escorregou e caiu da marquise na calçada. Bateu com a cabeça de uma altura de quatro metros. Levaram o pobre Djalma para o Hospital Souza Aguiar mas a pancada tinha sido forte demais e Djalma não suportou. Morreu as 13 horas da terça-feira de Carnaval.

PS - esse causo me foi contado por um grande amigo que jogou com Djalma no Vasco.

Michel Laurence


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