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21/08/2012 - Causos do futebol: "Seu Dondinho" o pai de um rei

Vi poucas vezes o seu Dondinho. A primeira vez foi quando Pelé me disse em tom respeitosíssimo, me apresentando:

- Meu pai e minha mãe!

Duas coisas ficaram para sempre na minha memória: a bondade e doçura que dona Celeste tem em seu rosto e provavelmente em sua alma; e a severidade estampada no rosto de seu Dondinho. Aquela severidade que impõe respeito, e que os homens daquela época eram quase que obrigados a carregar no rosto.

Outra coisa é que Pelé puxou mais pela mãe do que pelo pai. Estou falando em aparência, porque em temperamento tenho certeza que Pelé tem mais de seu Dondinho.

Seu Dondinho nunca foi de aparecer muito. Nunca veio a público contar como em uma certa tarde de futebol em Campos Gerais, Minas Gerais, conseguiu marcar cinco (5) gols de cabeça durante um mesmo jogo. Um recorde que está segundo Pelé, registrado em um jornal local da época e que nem ele conseguiu igualar, quanto mais superar.

Uma tarde/noite em que entrevistei Pelé em sua antiga casa na Ponta da Praia, em Santos, sobre a Máfia do Futebol, que estaria aliciando resultados da Loteria Esportiva, Pelé me fez outra revelação. Contou que seu pai amava o futebol, tanto que numa tarde de julho de 1950, seu Dondinho chorou ouvindo pelo rádio a derrota da seleção brasileira para a do Uruguai, na final da Copa do Mundo, no Maracanã.

Pelé não tinha completado 10 anos e me disse que penalizado garantiu ao pai:

- Não chora, não, pai, eu juro que vou ganhar uma Copa do Mundo para o senhor.

Certamente, naquele momento, seu Dondinho não deve ter levado muito a sério a declaração de seu filho, porque antes de acontecer, ele também nunca suspeitou que seria pai de um Rei.

Um Rei sem trono, sem coroa, sem papel registrado em cartório, mas reconhecido e eternamente reverenciado pelo mundo inteiro

Autor: Michel Laurence


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