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10/08/2011 - Histórias do Futebol: O dia que conheci Toninho Vanusa

Na foto o Palmeiras que venceu o Inter de Porto Alegre por 2 a 0 em 3 de agosto de 1978 no Morumbi. O jogo valeu pela semifinal do Campeonato Brasileiro e teve a presença de 59.495 pagantes. Toninho marcou os dois gols. Em pé estão Rosemiro, Leão, Beto Fuscão, Alfredo, Pires e Pedrinho; agachados vemos Silvio, Jorge Mendonça, Toninho, Escurinho e Toninho Vanusa




Quinta-feira, dia de trabalho incomum: um monte de processos para tramitar.

De repente, aparece um senhor no balcão, cabelos grisalhos, e pergunta:

- Por favor, o Valdemar tá aí?

- Valdemar, motorista? Pera aí.

- Fala pra ele que é o Toninho que tá procurando ele, o Toninho que jogou no Palmeiras.

Uma luzinha de entusiasmo acendeu na minha cabeça. Enquanto meu companheiro de trabalho procura o Valdemar na copa, eu pergunto:

- O senhor jogou no Palmeiras?

- Sim. Palmeiras, Juventus e Vasco.

- Quando?

- Em 76, 77…

Nisso, alguém o chama e ele vai até a copa atrás do Valdemar. Penso que perdi uma boa conversa e vou procurar na internet por algum Toninho no Palmeiras em 76. Segundos depois ele volta. Com o Valdemar. E diz:

- Esse aqui, ó, um grande central!

- Que nada, ele que era um puta meia-esquerda!

Eu aponto uma foto no computador e pergunto:

- O senhor é esse aqui? Jogou com o Ademir?

- Joguei, eu era reserva dele. Mas esse não sou eu, eu sou outro Toninho. O Vanusa.

E começou a contar as suas histórias.

Jogou no Palmeiras até que um carrinho fez com que caísse sobre o braço – que hoje não mexe mais direito – e tivesse fratura exposta. Daí foi pro Juventus e pro Vasco.

Quando criança, era engraxate e fazia "70 centavos por dia", segundo ele. Até que um dia um dos homens que com ele engraxava os sapatos o viu fazendo embaixadinhas e pediu pra fazer mais.

Juntou gente.

E ele voltou pra casa com 5 cruzeiros.

O pai, claro, perguntou de onde tinha vindo "tanto" dinheiro. Ele disse a verdade. Achou que ia apanhar.

Mas o pai, ao invés disso, contou um segredo: tinha sido meia-esquerda do Madri da Mooca.

"Um dos maiores".

Seu tio, irmão do pai, tinha jogado no Corinthians na década de 20 – Joãozinho. Amputou as duas pernas.

Seu pai amputou uma.

Uma época em o futebol não tinha contusões com finais tão "felizes" quanto as do Fenômeno.

E também não dava dinheiro: Toninho Vanusa prestou concurso do então INPS e virou servidor público. Passou a jogar pelo time do Instituto. E lá conheceu o Valdemar.

Depois de mostrar a habilidade que tinha com a pelota fazendo alguns malabarismos com uma bola imaginária, não tive outra saída: pedi um autógrafo.

- Para um grande amigo meu, palmeirense fanático.

- Você não é palmeirense?

- Não não, sou corinthiano.

- EU TAMBÉM! E fanático!

Guardei o autógrafo e tratei logo de registrar sua história. Não é todo dia que se conhece um ídolo do futebol alternativo assim, sem mais nem menos.

Pena não ter tirado uma foto. Mas ele disse que ficará em São Paulo – ele mora em Bebedouro – o mês inteiro, já que está cuidando da mãe doente.

E assim se foi, o reserva de Ademir, dialeticamente corinthiano e palmeirense e que – descobri depois – devia ser bom de bola mesmo.
Nota: Toninho Vanusa faleceu na madrugada do dia 26/06/2009, aos 53 anos, vitima de uma parada cardiorespiratória. O ex-atleta foi sepultado no cemitério do Tremembé, em São Paulo, deixando a esposa Elza, e três filhos –Tatiana, Sthefanny e Pedro. . Toninha Vanusa teve duas passagens pelo Palmeiras - 1974/75 e 1978/79 - e ainda atuou por Vasco, no qual jogou em 1979, Náutico, Goiás, Juventus-SP e Uberaba-MG. No time paulista, ele marcou sete gols em 70 jogos - com 30 vitórias, 28 empates e 12 derrotas. O ex-jogador foi campeão paulista em 1974.


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