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01/02/2010 - O dia que Ary Barroso perdeu seu famoso bigodinho

Na foto, Ary Barroso, sem bigode, e seu adversário Haroldo Barbosa.

Muitas são as histórias do grande compositor, fanático torcedor do Flamengo e narrador esportivo. Uma delas, vem relatada nas linhas abaixo.

Em setembro de 1955 Ary Barroso fez uma aposta. Naquele domingo jogariam Flamengo e Fluminense. Ary, um rubro negro de sete costados, acreditava na vitória do clube da Gávea.O compositor Haroldo Barbosa, tricolor de boa cepa, não podia imaginar uma derrota do tricolor.

Apostaram: aquele que perdesse seria obrigado a raspar o tão bem cuidado bigode.

Resultado: Fluminense 2x1. Ary Barroso ficaria com cara limpa. O encontro seria no Bar Vilarinho, onde cerca de 30 pessoas aguardavam o cumprimento da aposta. Mas ali não apareceu o locutor da gaitinha. E por mais que Haroldo Barbosa tentasse localizar o Ary, através de telefonemas dados para toda parte, ninguém sabia do seu paradeiro. Ary Barroso estava escondido na casa de Linda Batista. Alegando a necessidade de conservar o bigode, pelo menos, até o sábado seguinte, em virtude de suas atividades na boate do Hotel Plaza, ele não apareceu. O que não diriam os freqüentadores daquela casa, se ele aparecesse por lá sem seu famoso bigode ?. Ary sem bigode não era Ary Barroso. Mas, a turma não foi nessa conversa. Amigos, jornalistas, fotógrafos, um batalhão de gente invadiu o apartamento da cantora. Colhido de surpresa, Ary teve que se submeter á massa. Dircinha ainda tentou ensaiar uma defesa, pedindo que o poupasse do vexame, mas Haroldo Barbosa estava irredutível: a aposta fora feita. Era preciso cumpri-la. Ary defendia-se – " Pelo amor de Deus, deixe-me em paz ! ".

O repórter Darwin Brandão, presente ao ato, procurava consolá-lo – "Isso não é nada, Ary. Com ou sem bigode, você será sempre você, inconfundivelmente você, o grande compositor Ary Barroso".

Ary tinha duvida: "Vocês já imaginaram com que cara eu vou ficar, sem o bigode, que uso desde os meus tempos de estudante ? ".

Vendo que as lamentações não adiantavam de nada, apelou para o sentimentalismo dos presentes – "Minha esposa Ivone não vai concordar. E eu não quero aborrece-la".

A turma, porém, era teimosa. Darwin Brandão telefonou para a casa do Ary. Atendeu Dona Ivone. Terminou fazendo o Ary conversar com ela, ouvindo-a dizer que o aceitaria com ou sem bigode. Não havia mais defesa. Munido de um aparelho de barbear, Haroldo Barbosa pôs abaixo o bigode do perdedor da aposta. Ary acabou tirando partido da situação – "Agora, só espero que o Flamengo se inspire no meu sacrifício ". Na foto acima mostra o Ary Barroso sem bigode ladeado pelo Darwin Brandão e Haroldo Barbosa. A foto e a reportagem foram publicadas na Revista O Cruzeiro de 1963.


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