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29/01/2010 - Bigode; o maior injustiçado da história do futebol brasileiro

A injustiça que cometeram contra Bigode

O mundo desabou sobre as costas de Bigode às 16 horas e 50 minutos do dia 16 de julho de 1950, no exato momento em que o juiz inglês George Reader apitou o fim do jogo. Nenhum outro jogador sofreu tanto depois. Bigode pagou em dobro.

Acusado de falhar na marcação de Gighia, virou personagem de um episódio até hoje polêmico. Há quem diga que ele levou um tapa de Obdulio Varela. A maioria dos jogadores desmentem. Durante muitos anos, Bigode pedia pelo amor de Deus, que o assunto fosse encerrado. Tímido, nunca escondeu a amargura quando fala sobre a tragédia da Copa de 1950.

"Não houve agressão nenhuma de Obdulio Valera. A injustiça maior contra mim foi essa. Eu sinto até hoje. Foi uma covardia o que fizeram comigo. Uns dizem que Obdulio cuspiu. Outros que foi um tapa e eu não reagi. É uma calúnia. Não houve reação porque não houve agressão. Obdulio Varela deu um tapinha em mim pelas costas, para pedir calma. Eu tinha dado um pancada em Julio Perez, um jogador que tinha uma habilidade desgraçada. E a minha entrada pegasse no tornozelo de Julio Perez e se ele saísse de campo, os uruguaios ficaram totalmente desarticulados. Naquele momento, Obdulio veio me dizer – Calma muchacho. ".

Bigode pede a palavra para se defender de outra acusação – "Não fui driblado. A bola foi lançada. Já não era mais minha. Ainda assim, dei combate ao Gighia, e ele, no desespero chutou de qualquer maneira. Chutou grama e sem angulo. O gol da vitória do Uruguai foi um acidente. Gighia me ganhou na corrida mas chutou apavorado, porque eu já estava atrás".

E continuou – "Não houve, na saída, discussão minha com Juvenal. Ele declarou que se dirigiu para mim dizendo eu as vaias do publico eram dirigidas para mim, mas não houve vaias, o maracanã ficou mudo. O vestiário estava assim: gente chorando, pessoas sem querer acreditar naquilo . Ficamos no maracanã até as nove da noite, porque tínhamos que ir até a concentração de São Januário, para buscar a bagagem, antes de voltar para casa. Naquela noite, não consegui dormi de jeito nenhum. Pior é porque eu não bebia nem fumava. Tentaram me jogar na sarjeta. Não deixei. Eu e Barbosa fomos as mais atingidos. Os jornalistas venderam a mercadoria errada, e com calunia, quando falaram de mim. Diziam que, eu machão, apanhei na cara em pleno maracanã e não reagi. Volto a repetir, não houve tapa. Obdulio apenas me pediu calma. As histórias que circularam prejudicaram minha carreira. Eu não poderia ter jogado mais. Fiquei desanimado, sem prestígio para reformar contrato. Era difícil".

O trauma de 1950 nunca foi totalmente superado por Bigode. Quando ainda era vivo, muitas vezes, em algum restaurante ou na rua, quando era apresentado a alguém, diziam – É o Bigode que perdeu a copa de 50 ?
Bigode faleceu em julho de 2003, aos 81 anos de idade, vitima de uma infecção generalizada, e seu corpo descansa do cemitério Bosque da esperança, em Belo Horizonte (MG).


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