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21/01/2010 - Palácio, começou em Santos e jogou no Fortaleza de Barretos e toda a região

Na foto da capa, Palácio, hoje com 72 anos está aposentado e vive sossegado no bairro Caic, em Rio Preto. Cheio de energia, ele não pára. Faz corretagem de veículos e trabalha como cozinheiro e churrasqueiro. Nas horas de folga, não dispensa uma pescaria com amigos em rios e represas da região



Na foto da matéria, NA VOTUPORANGUENSE- Após a passagem pelo Santos, Palácio esteve no Guarani, de Ponta Grossa-PR, mas ficou pouco tempo. De lá, etornou ao Santos que o emprestou para a Votuporanguense, integrante da Primeura Divisão. Em pé, da esquerda para a direita: Flávio, Nelson, Norival, Olavo, Laurindo e Raimundinho; agachados: Vevé, Laerte, Palácio, Nilson e Lupércio



Em qualquer segmento da sociedade, para alcançar o sucesso na carreira, o profissional, além de capacidade, dedicação e perseverança, precisa ter sorte. Não basta ser hábil se as oportunidades não surgem. Possuidor dessas qualidades, Palácio tinha tudo para explodir e se tornar um grande astro do futebol, mas infelizmente teve poucas chances de mostrar seu talento no Santos, quando, na flor da idade, começou a treinar com outros ‘Meninos da Vila’. Nascido no bairro da Mooca, em São Paulo, no dia 23 de novembro de 1936, José Palazzo era um dos moleques mais peraltas e valentes da rua onde morava. Tanto que ganhou o apelido de ‘Garoa’. Logo descobriu a habilidade com a bola nos pés. Aos 13 anos de idade foi levado por amigos para jogar pelo time amador da cidade de Guaíra. Depois, disputou alguns jogos pelo Fortaleza, extinta equipe profissional de Barretos.

O irmão mais velho dele, que já era chamado de Palácio e gerenciava uma cocheira no jóquei de São Vicente, litoral paulista, não via futuro no futebol e tentou tirar ‘Garoa’ do mundo da bola. "Comecei a trabalhar lá como ajudante e passaram a me chamar de Palacinho", recorda. Morou em Praia Grande, na casa de Ely Coimbra, que anos mais tarde tornou-se um dos melhores cronistas esportivas do Brasil. "Ele jogava um bolão", diz. Os dois começaram a atuar juntos no meio-campo do time amador de Praia Grande. Em 1957, a diretoria do Santos convidou a equipe para disputar uma preliminar na Vila Belmiro. "Ganhamos de 3 a 0 e fiz os três gols", afirma Palácio. Lula, técnico do profissional do Santos, ficou boquiaberto e foi pessoalmente ao vestiário providenciar o acerto com Palácio. "Ele pediu ao roupeiro Rochinha para reservar um armário personalizado com nome e tudo."

Palácio jogava na meia-esquerda e formou dupla de área dos aspirantes com Coutinho, que depois ficou famoso pelas tabelinhas feitas com Pelé. Ficou três anos jogando no "segundão" e entrando em algumas partidas da equipe principal. Em 1959, o diretor Ciro Costa e o treinador Lula emprestaram Palácio, Dufes e Rubens Sales para o Guarani, de Ponta Grossa-PR, sem o conhecimento dos demais dirigentes. "Fiz dois gols no primeiro jogo contra o Atlético-PR, mas levei uma pancada na perna direita e sofri uma luxação", relembra. "Engessaram a minha perna. Eu queria me recuperar em Santos, mas o técnico do Guarani (João Lima) não autorizou." Revoltado, Palácio retirou o gesso e voltou para a Vila Belmiro. Lá descobriu que havia sido emprestado na surdina. Lula passou a boicotá-lo. Com a perseguição de Lula, a saída foi peregrinar por clubes do Interior. Antes, disputou alguns jogos pelo Jabaquara e pela Portuguesa Santista, com o técnico argentino Filpo Nuñez.

Palácio acabou fazendo sucesso na região. Defendeu a Votuporanguense na Primeira Divisão de 1960. No ano seguinte, atuou no Olímpia, com Zacarelli, Serrano e outros grandes jogadores da equipe olimpiense. Depois de algumas andanças, acertou com o Rio Preto e foi campeão da Segunda Divisão de 1963, que terminou no ano seguinte. No hexagonal final, ele fez partidas memoráveis contra a Botucatuense e o Hepacaré, de Lorena. A fase decisiva ainda tinha o Palmeiras, de São João da Boa Vista; Linense e Usina São João, de Araras. Permaneceu no Jacaré mais um ano e arrebentou na goleada de 6 a 3 contra a Ferroviária, de Botucatu, na abertura do Campeonato Paulista da Primeira Divisão. Ainda jogou no Bandeirante, de Birigüi, e no Valparaíso, onde foi campeão da Terceira Divisão. Aposentado por idade, Palácio ainda trabalha como corretor de veículos, cozinheiro e churrasqueiro. Há 17 anos mora no bairro Caic, em Rio Preto, onde bajula os filhos Fabiano, Giovana e Adriana, e os nove netos. Seu maior divertimento é a pescaria.

FICHAS TÉCNICAS



Botucatense 0 x 1 Rio Preto


Botucatuense
Galvani; Nézio, Gerolino e Avaré; Heitor e Mingo; Zezinho, Ênio, Miro, Silva e Grilo. Técnico: não divulgado pelos jornais da época.



Rio Preto
Paulinho; Cuiabano, Antônio João e Brandão; Jacintho Angelone e Icão; Colada, Zé Carlos, Joãozinho, Bulau, Milton e Palácio. Técnico: Oswaldo Iembo, o Dicão.

Gol: Joãozinho aos 28 minutos do segundo tempo escorando de cabeça a cobrança de um escanteio de Palácio.
Juiz: Alberto Strefinger.
Renda: Cr$ 210 mil.
Público: não obtido.
Local: estádio Antônio Delmanto, em Botucatu, domingo, dia 24 de maio de 1964, na abertura do segundo turno da fase final da Segunda Divisão, quando o Rio Preto embalou rumo ao título.


Rio Preto 6 x 3 Ferroviária de Botuc.


Rio Preto
Luisinho; Jacintho Angelone, Martin e Antônio João; Zé Carlos e Icão; Colada, Milton, Joãozinho, Bulau e Palácio. Técnico: Oswaldo Iembo, o Dicão.


Ferroviária de Botuc.
Paulo Silva; Ovídio, João e Pando; Adésio e Carlito; Passarinho, Neivaldo, Wilson Bauru, Celso e Pulga. Técnico: Demétrio Soares.

Gols: Icão (contra) a 1, Jacintho aos 2, Joãozinho aos 9 e aos 28, Zé Carlos (pênalti) aos 40 minutos do primeiro tempo. Pulga aos 18, Passarinho aos 20, Joãozinho aos 40 e Colada aos 42 minutos do segundo tempo.
Juiz: Plínio Duenas.
Renda: Cr$ 550.500,00.
Público: não obtido.
Local: estádio Victor Brito Bastos, em Rio Preto, na estréia do Rio Preto na Primeira Divisão de 1964, com Palácio na ponta-esquerda.


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