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10/12/2009 - Lembra dele? Assis, o beque de Auriflama que virou goleador na Espanha

Por: Edwellington Villa, São Jose do Rio Preto
Na foto da capa o time do Linense: De pé, a partir da esquerda: Claudinei, Curtis, China, Assis, Manguinha e Nilson; agachados: Maquininha (massagista), Nelsinho, Djalma, Tigrila, Edison Só, Beu e o mascote Leonardo (filho do técnico Rubinho)



Na foto da matéria o time da Votuporanguense de 1988: Em pé, da esquerda para a direita: Benê (preparador físico), Márcio Gugu, Assis, Dema, Bira, Chicão e Cláudio Craveiro(repórter); agachados: Volnei, Pedro Paulo, Paulinho, Jorge Luiz, Mário César e Paranhos



Aliando força e técnica, Gelso Assis Júnior, de Auriflama, era um zagueiro viril, que quebrava um galho como volante e tornou-se goleador no futebol espanhol. Apesar de ter começado a carreira tarde - tinha 19 anos quando foi descoberto pelo empresário Reinaldo Lapão (ex-jogador do Fluminense e do Colo Colo do Chile) -, conseguiu se destacar nas categorias de base do Santos e do Corinthians, antes de ser profissionalizado. Levado por Lapão à Vila Belmiro e ainda com o nome de Gelso, disputou pelo Peixe o Campeonato Paulista Sub-20 de 1984, atuando junto com os meias Paulo Leme e Mazinho, o zagueiro Maurício e o lateral-esquerdo Biro Biro, campeão paulista de 1990 pelo Bragantino. O time era comandado pelo ex-jogador Del Vecchio. "Cheguei ao Santos na mesma época em que o Reinaldo levou o volante Donizete para o Fluminense", recorda. Em 1985 foi emprestado ao Lençoense, integrante da Segunda Divisão e dirigido pelo técnico Valter Ferreira. No segundo semestre acertou com o Corinthians para o Paulista Sub-20 e para a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 1986 (leia texto ao lado). A partir daí passou a utilizar o nome de Assis.

Após a tradicional competição sub-20 realizada em janeiro, o Rio Preto, por intermédio dos diretores Fuad Elias e Rubens "Bibi" Lopes, conseguiu seu empréstimo por um ano junto ao Corinthians. "Eu também tinha propostas do Rio Negro de Manaus e do São José (de São José dos Campos), mas preferi vir para o Rio Preto e ficar mais próximo da minha família, em Auriflama", informa o jogador, que chegou com a responsabilidade de substituir Ronaldão, vendido ao São Paulo. Logo na estreia marcou o gol da vitória nos 2 a 1 sobre a Internacional de Bebedouro, no Riopretão, em jogo pela quarta rodada da Segunda Divisão. O Jacaré não teve um bom desempenho no estadual, mas conquistou de forma invicta o título do quadrangular "Benedito Teixeira", que também contou com América, Novorizontino e XV de Jaú. Após a passagem pelo Rio Preto, Assis desvinculou-se do Corinthians e transferiu-se para o Linense. Montada pelo técnico Rubinho, a equipe realizou excelente campanha e subiu da Segunda (atual A-3) para a Divisão Intermediária. Corinthians, de Presidente Prudente, Marília e Vocem, de Assis, também conseguiram o acesso.

Em 1988, Assis disputou a Intermediária pela Votuporanguense, que contava com o zagueiro Márcio Gugu, ex-Atlético-MG, o ponta-direita Volnei, que depois foi para a Ferroviária, entre outros. A equipe começou sob a batuta de Acosta e depois foi dirigida por Silvio Acácio Silveira e Marcos Guerra. No final do ano, Acosta o levou para disputar a segunda fase da Segundona pelo Tupã. Ao término do campeonato, ficou 40 dias treinando no Guarani, mas não houve acordo financeiro para defender o clube campineiro. Depois de tanta peregrinação pelo interior de São Paulo, Reinaldo Lapão negociou Assis com o Vilobí, da cidade de Vilobí de Penedes, uma comunidade autônoma da Catalunha, de 1.071 habitantes, localizada na província de Barcelona, e integrante da Terceira Divisão da Espanha. "Fui contratado como centroavante", relembra. "Eu comecei minha carreira como zagueiro, mas atuei muitas vezes improvisado na cabeça-de-área e até como atacante, principalmente no Linense e na Votuporanguense", acrescenta. Assis não sentiu dificuldades de adaptação ao país europeu, muito menos à efetivação no ataque. "Me dei bem, tanto que marquei sete gols em oito partidas", informa. Estava se destacando, quando sofreu uma grave contusão no joelho direito na vitória sobre o Milan (não é o italiano) por 3 a 1. A lesão atrapalhou seus planos de ser transferido para um clube europeu de mais tradição. "Passei por duas cirurgias na Espanha e uma no Brasil", descreve. "Continuei sentindo dores e tive que encerrar a carreira precocemente."

Jogou a Copa SP pelo Corinthians
Assis disputou a 18ª edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 1986 pelo Corinthians, que contava também com o goleiro Ronaldo, os zagueiros Marcelo Djian e Pinella, o lateral-esquerdo Bezerra, o meia Marcos Roberto, o centroavante Noal, entre outros. No Grupo H da primeira fase, o Alvinegro derrotou o Paulista (1 a 0), o Figueirense (5 a 1) e o Vasco, que tinha os meias João Antônio, Bismark e William, o lateral-direito Antunes e o atacante Tiba, por 2 a 1. Nas oitavas-de-final, o Corinthians ganhou de 3 a 0 do Bahia na prorrogação, após empate de 1 a 1 no tempo normal. No elenco do time baiano estavam o zagueiro João Marcelo, o centroavante Charles, os meias Zé Carlos e Péricles Chamusca (que não foi brilhante como jogador, mas tornou-se um treinador de destaque e está no Oita, do Japão).

Favorito ao título, o Corinthians foi surpreendido pelo América, de Rio Preto, nas quartas-de-final, na terça-feira 21 de janeiro. Com um gol de Vagner Palamin, aos 16 minutos do primeiro tempo, o Rubro venceu por 1 a 0, mas na semifinal foi eliminado pelo Fluminense, que conquistou o título ao superar a Ponte Preta na decisão. Após encerrar a carreira prematuramente, aos 25 anos, por contusão, em 1990, Assis retornou para Auriflama. Mudou-se para Rio Preto, onde comprou um açougue. Vendeu o estabelecimento comercial e desde 1996 trabalha como corretor de imóveis da Imobiliária Gurupi. Casado com Fernanda, ele é pai de Guilherme, de 16 anos, e Jonathan, de 15.


FICHAS TÉCNICAS:




RIO PRETO - 2
Gilmar; Nilo, Edinho, Assis e Gléber; Márcio Nunes, Candinho e Carlos Neves; Ilton (Tigrila), Vital e Esquerdinha (Daniel). Técnico: Silvio Acácio (estreia).


INTER DE BEBEDOURO - 1
Airton (Gatinho); Arnaldo, Silvinho, Márcio e Luciano; Zeti, Carlos Alberto e Júlio César; Júnior, Barbosa e Eduardo (Piu). Técnico: Túlio Tangione Neto.

Gol: Ilton aos 7 minutos do primeiro tempo. Arnaldo aos 3 e Assis aos 27 minutos do segundo tempo. Árbitro: Rubens Vera Fuzaro. Renda: Cz$ 16.845,00. Público: 1.051 pagantes e 280 menores. Local: estádio Riopretão, sábado à noite, dia 26 de abril de 1986, pelo Campeonato Paulista da Segunda Divisão, na estreia de Assis no Jacaré.
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LENÇOENSE - 1
Betão; Saulinho, Macalé, Gelso Assis e Gilberto; Lourival, Eder e Edílson; Vanderlei (Gali), Cláudio Abade e Zé Antônio. Técnico: Valter Ferreira.


NOROESTE - 0
Silvio Luís; Cal, Carlos Alberto, Jorge Fernandes e Ferreira; Zé Roberto, Fenê (Laerte) e Bira; Jorge Maravilha, Marcos Pato e Luisinho (Sinval). Técnico: Zé Rubens.

Gol: Cláudio Abade aos 31 minutos do primeiro tempo. Árbitro: Ivo Pereira de Castro. Renda: Cz$ 95 mil. Público: 1.178 torcedores. Local: estádio Archangelo Brega, em Lençóis Paulista, em Assis, no dia 19 de maio de 1985, pelo Campeonato da Segunda Divisão, quando Assis defendeu o time de Lençóis Paulista.


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