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02/12/2009 - Lembra dele? Calé, o moço de Ariranha

Por: Edwellington Villa, São Jose do Rio Preto
Na foto da capa, a foto atual do ex-meio-campista Calé, que hoje mora no bairro Alto Rio Preto e administra uma propriedade rural de sua família, localizada na divisa de Poloni e Monte Aprazível

Na foto da matéria, o time do Rio Preto durante o Paulista da Intermediária de 1978. De pé: Jaiminho, Gari, Toni, João Marques, Zé Maria e Cuquinha; agachados: Marquinhos, André Oliveira (ex-técnico do Touro do Vale), Paulinho Batistote, Adauto e Calé



Jogador criativo, talentoso e que se desvencilhava com facilidade dos marcadores. Assim era o meio-campista Calé, que também quebrava um galho como ponta-esquerda, de acordo com a filosofia de trabalho do treinador de sua equipe. Teve uma curta carreira como jogador profissional, mas deixou saudade nos clubes por onde passou. Carlos Roberto Apendino nasceu em Ariranha no dia 23 de abril de 1957 e começou a jogar no time amador de sua terra natal. O apelido surgiu ainda na infância, dentro da própria família. Após algumas aparições destacadas pelo Ariranha Futebol Clube veio para Rio Preto em 1974, por indicação do técnico Mané Mesquita, que comandava o time juvenil (sub-20) do América, e do diretor Pedro Favarini. Os dois tinham visto ele atuar em um amistoso pela equipe da região. "Fiz um jogo pelo juvenil do América e na semana seguinte vim em definitivo para começar a treinar." Logo na primeira temporada foi vice-campeão paulista da categoria. "Ganhamos a final do Interior do Noroeste." Na decisão, sábado, dia 21 de dezembro de 1974, o Rubro perdeu de 1 a 0 para o Corinthians, gol de falta convertida pelo zagueiro Zé Eduardo, dois minutos além do tempo regulamentar.

A partida estava programada para o Parque Antártica, mas foi transferida para o Nicolau Alayon, campo do Nacional, na Barra Funda, em razão do péssimo estado do gramado do estádio palmeirense, que ficou alagado por causa de chuvas intensas. O América formou com Pirangi; Deto Pereira, Baldini, Luis Fernando e Ademir Gomes; Beline, Sidney e Marcelo; Luis Poiani, Paulo Cesar Donega e Calé (Fernandinho). Em 1975, o técnico Urubatão Calvo Nunes escalou o novato de apenas 18 anos no time principal, nos jogos contra Noroeste e Ponte Preta, em substituição ao titular Paraná Buchinha, que havia se machucado. Estava se firmando e, na seqüência, foi confirmado para enfrentar o Comercial, mas no último treino antes da partida sofreu uma fratura na bacia. Ficou 60 dias parado e quando voltou a treinar havia perdido a posição.
Após o Paulistão de 1976, Calé defendeu a equipe profissional novamente, no Torneio Geraldo José de Almeida (uma espécie de Copa Paulista de hoje). E sua estrela brilhou na vitória de 1 a 0 sobre a Ferroviária, no dia 22 de setembro. Calé foi um dos melhores em campo e marcou o único gol da partida, aos 37 minutos do segundo tempo.

Permaneceu no grupo até o início de 1977, quando foi emprestado ao Grêmio Catanduvense, onde profissionalizou-se. Jogou com o apoiador Tostão, que depois fez sucesso no Cruzeiro e chegou a ser convocado pela Seleção Brasileira na década de 80. Em 1978 transferiu-se para o Rio Preto. Teve atuações memoráveis pelo Glorioso, como no triunfo de virada por 2 a 1 sobre o Corinthians, de Presidente Prudente, no estádio Mário Alves Mendonça (o Riopretão estava interditado), pela Divisão Intermediária. Chovia forte e o Jacaré perdia por 1 a 0, aos 22 minutos da etapa final. Calé cobrou um escanteio pela esquerda e mandou na gaveta, marcando gol olímpico, sem chances de defesa para o goleiro Juarez. Edmir Tedeschi virou o placar, aos 34 minutos. Calé conciliava o futebol com o curso de Direito na Fadir (atual Unorp). Formou-se em 1982, mas nunca exerceu a profissão. "Na época eu já fazia estágio em uma imobiliária e preferi não advogar." No ano de sua formatura ainda disputou a Terceira Divisão pelo Botafogo, de Monte Alto, junto com o zagueiro Calegari (ex-Portuguesa) e os meias Brecha e Joãozinho, ambos de Catanduva.

Parou de jogar aos 25 anos
A família de Calé tinha uma propriedade rural em Ariranha e comprou outra na divisa de Monte Aprazível e Poloni, onde cria gado e possui uma plantação de cana. "Fui cuidar dos negócios", diz, justificando o final de carreira prematuro, aos 25 anos de idade, após a Terceirona pelo Botafogo, de Monte Alto. Como o futebol corre em suas veias, fez a reversão de sua documentação para amador e passou a jogar em times da várzea rio-pretense. Ficou entre 1983 e 1993 disputando competições promovidas pela Liga Riopretense de Futebol (LRF). "Fui cinco vezes campeão pelo Botafogo da Ercília e obtive mais três vices, dois pelo Ogata e um pela Bibo." Atuou no veterano do Monte Líbano até o ano passado. "Rompi o tendão da perna esquerda e tive que parar", diz. Casado há 23 anos com Rosângela, Calé é pai de Lívia e Letícia. A família mora no bairro Alto Rio Preto.


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