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04/11/2009 - Relembre cinco jogos que são orgulhos e cinco que são vergonha para os Palmeirenses

OS ORGULHOS:

1º lugar: Palmeiras 4 x 2 Flamengo, em 1999

Depoimento de Euller

"Tivemos uma semana muito boa antes desse jogo contra o Flamengo. Passamos quase um mês concentrados, porque disputávamos Libertadores, Copa do Brasil e Paulistão, e isso criou um círculo de amizade e um pensamento positivo. E foi uma semana também de expectativa, porque ninguém sabia quem ia jogar. A prioridade era a Libertadores, mas o Felipão deixou claro que iria usar alguns titulares contra o Flamengo. Como tínhamos jogo atrás de jogo, só ficávamos sabendo o time titular praticamente na preleção. Como quase sempre, o Felipão fez uma preleção motivacional para o jogo. Levamos um gol logo no início, o que foi uma pancada para o Palmeiras. Mas não desanimamos. No intervalo, o Felipão mudou o esquema tático, o planejamento inicial, as características de jogo do Palmeiras e a história da partida. Na ida para o intervalo, comentei com o Sérgio que eu decidiria a partida, tanto é que fui ao vestiário e peguei uma a camisa a mais, para jogá-la para a torcida na hora da comemoração. Quando substituí o Arce, o Felipão me disse: ‘Entra e faz o gol’. Fazer gol de cabeça não era a minha especialidade, e nesse jogo fiz dois, mesmo com 22 jogadores na área. No Palmeiras eu sempre colava no goleiro na hora do escanteio e dava um passo para trás, para atrapalhá-lo. Nos acréscimos, o Pimentel ainda acertou a trave. Era eu que estava na marcação, e joguei o corpo em cima dele, senão faria o gol. Esse resultado nos deu muita confiança para o jogo contra o River Plate (pela Libertadores). Foi uma arrancada"

2º lugar: Palmeiras 4 x 0 Corinthians, em 1993

Depoimento de Zinho

"Quando perdemos o primeiro jogo por 1 a 0, veio aquela gozação toda, depois que o Viola imitou um porco. Havia uma semana inteira até a segunda partida. Ficamos fora de São Paulo, mas vimos entrevistas e comentários de torcedores na televisão. Diziam que o Palmeiras iria morrer na praia, que havia sentido o peso da decisão e que ficaria mais um ano na fila. A própria comissão técnica do Corinthians disse que o Palmeiras era superior tecnicamente, mas que havia prevalecido a garra na final. O Vanderlei (Luxemburgo) foi inteligente e usou tudo isso para nos motivar. Ele nem falou muito na preleção. Mostrou um vídeo com tudo o que não deveríamos fazer, como erros de passe, e depoimentos favoráveis ao Corinthians. Depois mostrou um vídeo com coisas positivas, com a nossa grande campanha, como um jogo contra o Rio Branco (6 a 1). Isso mexeu muito com o nosso emocional. Fomos melhores técnica, tática e emocionalmente. Começamos o jogo num ritmo muito forte, pois precisávamos vencer para levar para a prorrogação. O primeiro gol, que marquei de pé direito, começou numa jogada de velocidade do Roberto Carlos. Deu alívio e tranquilidade ao nosso time e obrigou o Corinthians a sair para o ataque. Foi um gol que marcou a conquista e a minha identificação com o Palmeiras. O título de 1993 marcou por ter sido o meu primeiro no clube, por ter acabado com um jejum, por ter dado a alegria de que o torcedor precisava e por ter sido contra o Corinthians. A conquista foi importante porque deu segurança ao patrocinador para continuar investindo e acreditando. Deu mais segurança também para nós, jogadores, pois passamos a jogar sem a cobrança exagerada por não ganhar um título há tanto tempo. O torcedor também passou a confiar no projeto. Foi a partir dali que ganhamos dois Brasileiros, um Rio-São Paulo e outro Paulista."

3º lugar: Palmeiras 5 x 1 Grêmio, em 1995
Depoimento de Amaral

"Já tínhamos sido humilhados pelo Grêmio no Olímpico. Sinceramente, depois que o Grêmio marcou o gol (no Palestra), eu desisti do jogo. Pensei que era hora de condicionar para a final do Paulista. Para mim, a vaca tinha ido para o brejo. Antes do jogo no Palestra, o Cafu pediu para que ao menos buscássemos a vitória. O Mancuso dava a impressão de ser o único que acreditava. Dizia que, se o Grêmio tinha feito cinco gols, nós também poderíamos fazer. Quando marquei o gol, até passei a acreditar na classificação. Os palmeirenses pensaram: ‘Se o Amaral fez um gol depois de quatro anos, dá para acreditar’. Nos primeiros três gols, nem comemorávamos direito. O meu, por exemplo, foi rápido. Quando fizemos o quarto, o jogo pegou fogo, deu injeção de ânimo. O quinto gol foi o mais comemorado e deixou o Grêmio com medo. Nem eles tinham acreditado naqueles 5 a 0 no Olímpico, por isso achavam que já estavam classificados. Nós olhávamos um para o outro e gritávamos: ‘Vamos, que vai dar’. Os torcedores gaúchos já estavam roendo unha e bebendo chimarrão sem ferver. Foi um jogo histórico, saímos de campo aplaudidos. Nunca tinha visto uma torcida comemorando depois da eliminação do time. Se conseguíssemos a classificação, ia dar enfarte em muita gente. Foi uma demonstração de força, que fez os jogadores do Grêmio saírem de cabeça baixa. Aquele jogo serviu muito de exemplo para equipes que precisavam inverter uma vantagem grande"

4º lugar: Palmeiras 3 x 2 Corinthians, em 2000

Depoimento de Marcelo Ramos

"Eram dois grandes times, num nível bem parecido. Os dois jogos, espetaculares, mostraram isso. O Corinthians tinha cada jogador… Mas o Palmeiras também tinha jogadores diferenciados. Nosso time era de mais pegada, com Sampaio e Galeano no meio. O Corinthians era mais técnico, tinha apenas o Rincón de mais pegada. Não imaginava que a segunda partida seria cheia de gols, como a primeira. Acho que o gol que levamos no finzinho do primeiro jogo (4 a 3 para o Corinthians) fez com que o Felipão mudasse um pouco o time, me escalando como um meia-atacante e deixando Pena e Euller na frente. Eu já tinha característica de voltar e ajudar na marcação. Aliás, todos no Palmeiras ajudavam, mesmo atuando com três atacantes. No vestiário, depois que o Corinthians fez 1 a 1 no fim do primeiro tempo, o Felipão estava bem tranquilo. Não gritou, apenas mostrou que tínhamos condição de ganhar. Tivemos sorte de empatar logo em seguida da virada do Corinthians, com o Alex, e depois viramos numa bola parada, com o Galeano. Na decisão por pênaltis, fui o primeiro a bater. Já havíamos passado pelo Peñarol assim, e havia os jogadores em quem o Felipão confiava. E fui o escolhido para ser o primeiro. Depois do jogo, indo para o CT no ônibus, ele veio até mim e disse: ‘Coloquei você para bater o primeiro pênalti, mas você jogou por dez anos com o Dida no Cruzeiro’. Respondi que não tinha problema. Mas, se eu perco aquele pênalti, mexeria com o aspecto psicológico de todos que bateriam depois. E eram dois grandes goleiros na disputa, tinham fama de pegadores de pênalti"

5º lugar: Palmeiras 6 x 1 Boca Juniors, em 1994

Depoimento de Antônio Carlos

"Era um grupo muito forte. O Boca tinha a sua tradição, o Vélez estava naqueles anos em que surgiu no futebol argentino e o Cruzeiro tinha uma grande equipe. Mas isso não nos assustou muito, não. Encaramos com naturalidade. Tínhamos um timaço, com alguns jogadores que iriam à Copa, além de Edílson, Edmundo… Vários jogadores disputavam sua primeira Libertadores, como Cléber, César Sampaio e Roberto Carlos. Eram jogadores buscando seu espaço no futebol, mas já com um certo nome. Com aquele time, era normal entrarmos em campo confiantes. Sabíamos da dificuldade de enfrentar o Boca, com Mancuso, que depois iria para o Palmeiras. Demos espetáculo e deixamos uma ótima impressão no início da Libertadores. Merecíamos ganhar até por mais. Fizemos 1 a 0 no primeiro tempo. No segundo, com o Boca na ânsia de tentar virar, deu espaço e permitiu a nossa goleada. Na partida na Argentina (pelo returno), perdemos por 2 a 1, mas sem clima de guerra, pancadaria ou discussões, como era praxe. Infelizmente aquele time não conseguiu ganhar uma Libertadores. Fizemos uma viagem ao Japão no meio do torneio e isso nos atrapalhou. Havíamos empatado antes por 0 a 0 com o São Paulo no Pacaembu, numa noite em que poderíamos ter vencido por três ou quatro, se o Zetti não tivesse brilhado. Depois da viagem, perdemos por 2 a 1 no Morumbi."

AS VERGONHAS:

1º lugar: Palmeiras 3 x 4 Vasco, em 2000

Depoimento de Galeano

"Pelos gols no primeiro tempo, muitos jogadores acharam que o Palmeiras já era campeão. Ficaram empolgados com a comemoração da torcida e criaram clima de oba-oba no vestiário. Não vou citar nomes, mas muitos nem estavam em campo. O clube passava por mudanças, com a Parmalat saindo, e por isso tínhamos vários jogadores jovens. Eu e o Arce éramos os mais experientes do elenco e já tínhamos disputado várias finais. Ficamos revoltados e batemos na tecla de que o jogo não estava ganho, pois o Vasco tinha um timaço e era mais experiente do que o Palmeiras. Fazer 3 a 0 numa final é importantíssimo, mas tem que estar atento até o fim. E o Vasco teve uma reação positiva, foi guerreiro. No segundo tempo, eu e o Arce continuamos cobrando em campo, pois não estávamos focados na marcação. O Juninho Paulista pegava a bola com o zagueiro e vinha até o nosso gol. Foi o jogador mais importante daquela final. Eu atuei como zagueiro nesse jogo e pedia para pararem as jogadas, sem violência. Mas tínhamos que administrar a partida e deixar o adversário nervoso. Passamos 45 minutos só nos defendendo, com o Vasco massacrando. Tínhamos o jogo na mão, mas o Vasco soube reagir. Acho que 60% do resultado foram por mérito do Vasco, e 40% por erros nossos."

2º lugar: Vitória 4 x 3 Palmeiras, em 2002

Depoimento de César

"A última rodada foi só o carimbo. Foi um mal que veio para o bem do Palmeiras, que não tinha a estrutura que se pensava, de clube grande. Tinha muitas deficiências. O departamento médico não tinha aparelhagem suficiente para recuperar vários jogadores ao mesmo tempo, por exemplo. Eu e o Arce tivemos que comprar, por conta própria, um aparelho de choques para nos recuperarmos logo. A academia também era ruim. O Leão reclamou de muitas coisas quando esteve aqui, e algumas mudaram. Essa situação toda estorou naquele time de 2002. Havia um projeto bom, de mudança, nos mesmos moldes do da Parmalat, com o Vanderlei Luxemburgo. Mas ele saiu, e o clube não conseguiu tirar o projeto do papel. Os jogadores tinham muita confiança no Vanderlei e perderam o suporte quando ele saiu. Ficamos sem rumo e pagamos caro. Alguns jogadores estavam subindo das divisões de base, e esse processo foi apressado. Falávamos que o time era bom e nos apegávamos à matemática. Pensávamos: ‘Ainda faltam 19 partidas’. Depois: ‘Ainda faltam 18…’. Não encaramos a situação como deveríamos. No jogo contra o Vitória, muitos disseram que eles iam entregar a partida, e isso mexeu com eles. Foi uma injeção de ânimo. Usaram aquele jogo para mostrar que não tinha nada daquilo. Na preleção, o Levir Culpi falou no grupo, no torcedor, na instituição, nas nossas famílias. Disse que, se ganhássemos aquele jogo, terminaríamos o campeonato como heróis, já que teríamos saído do buraco. Infelizmente, não foi suficiente. Quando levamos o primeiro gol, deu uma baqueada no time, como quem pensa: ‘De novo essa história…’. Em seguida empatamos, mas depois eles ficaram na frente de novo. O Vitória tinha quase zero de chance de se classificar, e o placar anunciava os outros resultados. Pedíamos em campo aos jogadores do Vitória para deixarem o Palmeiras ganhar. Eu fui um deles. Falei com o Jean e com o Emerson, com quem tinha atuado na Portuguesa. Quando não tem mais o que fazer, você apela para qualquer coisa. Mas eles são profissionais e lutaram pelo que era deles."

3º lugar: Palmeiras 1 x 2 Inter de Limeira, em 1986

Depoimento de Edmar

"Aquela equipe era muito boa, além de muito técnica do meio para frente. Encontrou na final um adversário que tinha bons jogadores, mas que se destacava pelo coletivo. A Inter fez 1 a 0 num chute despretensioso, de longe, e depois aumentou num recuo de bola, numa infelicidade do Denis. Eles eram aplicados, mas individualmente o Palmeiras era superior. Sem tirar os méritos da Inter, foi uma zebra. Com os dois jogos no Morumbi, ninguém pensava em outro resultado que não o título do Palmeiras. Era uma vantagem grande não ter que ir para o interior. O Morumbi tinha 115 mil palmeirenses e cinco mil torcedores da Inter. Mas isso não influencia o jogo, até porque eles tinham jogadores experientes, como Bolivar, Gilberto Costa e Kita. Não eram meninos. E já tinham mostrado força e maturidade ao eliminar o Santos na semifinal. Se o Palmeiras tivesse sido campeão, hoje falariam que o fator campo foi decisivo. Não é que eu preferisse enfrentar o Santos. Mas, quando é um dérbi, o jogo é diferente. Se você enfrenta um time pequeno, tem a obrigação de partir para o ataque o tempo todo. Ninguém admitiria o Palmeiras atrás, marcando na defesa. Se enfrentássemos o Santos, teríamos mais opções de estratégia. E tivemos tudo para vencer a primeira partida e matar a Inter. Aí eles teriam de se expor no segundo jogo. Fomos para a partida decisiva com a mesma responsabilidade do confronto anterior. Eles tiraram proveito da velocidade do Tato e do oportunismo do Kita. O Palmeiras sentiu os dois gols sofridos em um curto espaço de tempo. Aquela discussão de patrocínio não teve influência na final. Só quem vive do futebol é que sabe que, quando pisa no gramado, não tem como pensar nisso. Mas havia alguns problemas no elenco, sim. Quando entrei no time titular, o Mirandinha não admitiu ficar na reserva. Ele tinha o respeito de todos quando jogava, inclusive o meu. Mas, quando saiu do time, falou muito e gerou instabilidade. O Jorginho e o Éder até intervieram para apaziguar o clima".

4º lugar: Palmeiras 2 x 7 Vitória, em 2003

Depoimento de Jair Picerni

"Essa goleada foi sofrida, foi terrível, mas ao mesmo tempo foi uma referência para se mudar quase tudo. JQuando assumi o cargo, após o rebaixamento, apresentei meu projeto, pois já conhecia bem o clube. E isso previa a saída de alguns ídolos. O presidente na época tinha algumas dúvidas, mas no fim concordou que alguns já não tinham mais espaço. A reformulação fez bem ao Palmeiras. O início do ano foi mais ou menos como esperávamos - claro que não com a goleada. Mas se teve falha até do Marcos, um dos melhores goleiros do mundo, dá para ver como estava o emocional do time. Sair do gol e furar a bola foi um dos maiores frangos da carreira. Na hora, ele falou: ‘Agora é que o pessoal vem em cima de mim’. E o Adãozinho comentou: ‘Misericórdia, hein, Marcão?’. A goleada foi um mal, mas também um aprendizado. Vimos que havia uma necessidade rápida de mudar o grupo. Em nenhum momento pensei em demissão, pois estava iniciando um trabalho e sabia que havia sido contratado por ser qualificado."

5º lugar: Palmeiras 2 x 1 ASA, em 2002

Depoimento de Fernando

"Quando cheguei ao Palmeiras, em 2000, a Parmalat ainda estava lá. Tínhamos 11 titulates e 11 reservas à altura. Até 2002, houve muitas mudanças no elenco. Naquele dia, deu tudo errado. Jogamos muito mal, mesmo fazendo 1 a 0. Não houve nervosismo, ansiedade, nem algo que atrapalhasse. Às vezes um ou outro jogador tem atuação abaixo da média. Mas naquela noite todos foram mal. Quando sofremos o gol de empate, fomos para o vestiário preocupados por causa da questão de gols, já que teríamos que fazer mais dois. Sabíamos que eles se fechariam na defesa e que não estávamos num bom dia. Precisávamos atacar, colocar o time para frente, por isso o Vanderlei mexeu. Mas quem entrou também não foi bem. Sofremos com a ansiedade no segundo tempo, pressionados pelo resultado e pela cobrança da torcida. Aí eu já estava assistindo à partida do banco, o que é muito ruim. Você fica nervoso e não pode ajudar. E você se sente um torcedor, pois acompanha apenas a bola e esquece a parte tática. Dentro de campo, você visualiza o jogo melhor. O resultado foi muito frustrante. Era uma competição tida pelo Vanderlei como prioridade, porque poderia nos dar uma vaga na Libertadores. Durante os dias seguintes, o clima ficou ruim. O torcedor pegou no pé do Vanderlei depois do jogo, e ele repassou tudo pra gente depois (risos). Essa é uma das piores lembranças que eu tenho, junto com a final da Mercosul em 2000."


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